Por Simão Zygband
Os apresentadores Willian Bonner e Renata Vasconcellos. da TV Globo, estiveram cara a cara com o genocida. Confesso que fiquei decepcionado com a entrevista. O psiquiátrico ocupante da cadeira presencial acabou enrolando os jornalistas de maneira a acreditarem que ele não é o ser repugnante e nefasto que é de fato.
É difícil encurralar um psicopata. Ele vive um mundo paralelo. E os jornalistas globais não pareciam querer colocá-lo em situação difícil. Possivelmente não terão a mesma leniência quando o entrevistado for o líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na visão de Bolsonaro e encarado com leveza por Renata e Bonner, o Brasil não tem problemas. Não há milhões de famílias dormindo nas ruas, nenhum cidadão revira o lixo para procurar comida, não se forma fila do osso para fazer uma sopa. O genocida quase nos convenceu que estava certo ao não incentivar o confinamento durante a pandemia de Covid-19, que dizimou cerca de 700 mil brasileiros.
Bonner e Renata estavam suaves e em momento algum apertaram o genocida. As perguntas versaram praticamente sobre astrologia. Mas que jornalismo é este que não apresenta os números da catástrofe brasileira, que desabou da sexta para a décima terceira economia do mundo?
Os números do Brasil são assustadores, caóticos, mas foram colocados com leveza, como se 33 milhões de brasileiros não tivessem voltado para o Mapa da Fome. Em momento algum Bolsonaro foi desafiado com os trágicos números. O PIB nacional deve registrar em 2022 o menor crescimento da América Latina, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). O Brasil crescerá menos que o Haiti, por exemplo, que terá crescimento de 0,6% contra os 0,4% do país de Bolsonaro.
De duas uma: ou Bonner e Renata se prepararam mal para o debate e não fizeram sequer um google para apurar os números, ou a Globo age como mulher de malandro, que apanhou e gostou do genocida e parece querer novamente apoia-lo. Na minha avaliação, parece que a emissora não teve coragem de espremer o verme. E isso deve ter tido um preço.
Até o Panelaço brochou.
Luiz Inácio que abra o olho.
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