Por Walter Falceta
A direita costuma repetir, dia e noite, que Lula está solto em razão de meras questões técnicas do processo.
De fato, Sergio Moro mostrou-se completamente inepto para o exercício da magistratura.
Cometeu erros crassos e elementares na condução do caso, exibindo monstruosa incompetência que se estendeu à equipe de inquisidores-promotores.
Mas Lula está solto porque é honesto e nunca cometeu os crimes de que o acusaram.
Os processos não foram anulados por meras questões técnicas, mas por afrontas colossais aos ritos consagrados do Direito.
Provas foram forjadas, as evidências irrefutáveis da defesa foram descartadas e, por fim, a base da condenação se deu por testemunhos falsos, obtidos sob a coação do prêmio de liberdade ou redução de pena. Essas delações estão sendo, agora, negadas pelos próprios depoentes.
O que se viu foi uma armação de cunho político estabelecida para condenar um homem que sempre lutou pelos direitos do povo, ameaçando os privilégios das elites.
Os algozes de Lula são os mesmos que hoje respondem por outras graves infrações no exercício de suas funções públicas.
Durante anos, a grande imprensa, capitaneada pela Rede Globo de Televisão, tentou colar a imagem de corrupto ao presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores.
Quem não se lembra dos tubos de refinaria vertendo dinheiro?
Agora, no entanto, o império mafioso da Vênus Platinada não exibe com o mesmo ímpeto as provas irrefutáveis da inocência de Lula e da culpa de seus verdugos.
Não esperem que a sentença da Organização das Nações Unidas reverbere nas telas de Band, SBT e Globo. Será nota mínima ou oculta da grade noticiosa, como convém à tendenciosa mídia corporativa.
Cabe às redes divulgar a decisão e desfazer os mitos e falácias em torno do caso. Lula foi privado de sua liberdade por 580 dias, enquanto o fascismo se apossava do país para arruiná-lo. Alguém precisa pagar por esse crime.
Imagem: Alex Capuano.
Walter Falceta é jornalista e um dos fundadores do Coletivo Democracia Corinthiana (CDC)
