Por Júlio Benchimol Pinto
O tal “Conselho de Ética” arquivou Eduardo Bolsonaro por 11 a 7 e rebatizou indecoro de “opinião política”.
Imunidade parlamentar virou habeas corpus perpétuo para cafajestagem retórica; decoro, enfeite de prateleira.
A representação tratava da romaria aos EUA contra instituições brasileiras – inclusive ministros do STF – e o relator, Delegado Marcelo Freitas, veio com a jurisprudência da cara de pau: se eu chamar de “crítica”, não é ataque institucional, é comentário de rede social.
Não é estreia: em 2021 a casa já tinha dado a bênção ao delírio do “novo AI-5”. Repertório antigo, plateia cansada.
Arquivar não absolve: aromatiza a lata. E 11 a 7 não é juízo moral – é contabilidade de blindagem.
Chamam de liberdade de expressão, entregam liberdade de agressão. Se sabotar o próprio país é “opinião”, quebra de decoro agora deve ser usar vírgula fora do lugar. Aqui, ética é de gabinete; impunidade, de atacado. E ainda querem que a gente bata palma.
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