Por Jorge Antonio Barros – Quarentena News
Foto : Domingos Peixoto / Agência O Globo
Coincidência ou não, os governadores bolsonaristas são um fracasso no combate à criminalidade.
Os exemplos mais flagrantes disso são os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
No Rio, um grupo fortemente armado fuzilou a 60ª DP (Campos Elíseos), em Caxias, na Baixada Fluminense, na tentativa de resgatar dois traficantes de drogas que nem estavam mais presos lá. Policiais civis ficaram feridos.
Com 55 passagens pela polícia, o traficante acusado de comandar o ataque fugiu do sistema penitenciário do Rio de Janeiro onde cumpria pena em regime semiaberto, no Instituto Penal Vicente Piragibe.
Em 2019, o criminoso ganhou o direito de Visita Periódica ao Lar (VPL), e desde então não retornou à sua unidade prisional. Como um bandidão desses ganha direito de fazer visita ao lar? Meu Deus!
Quando um grupo de bandidos armados ignora tudo e decide confrontar a polícia é sinal de que as instituições estão em frangalhos, incluindo a Justiça criminal.
Que bandido nunca respeitou a lei não é novidade. Mas chegar ao ponto de uma ação dessas, digna de Hollywood, como a que ocorreu na Baixada, é flagrante que o crime organizado sabe que o estado não detém mais o monopólio do uso da força.
A principal causa disso é uma só: os agentes do estado estão envolvidos com o crime de uma forma cada vez mais grave.
A corrupção policial no Rio atinge níveis jamais antes alcançados. E São Paulo, também governado por outro bolsonarista, segue no mesmo caminho.
Os bolsonaristas, por sua ideologia de extrema direita, se julgam aptos a lidar com a segurança pública melhor do que os setores progressistas.
Entretanto, isso é uma falácia. Os políticos bolsonaristas supõem que suas boas relações com os policiais lhes dá alguma vantagem no enfrentamento da questão, mas isso não é verdade diante do envolvimento de agentes da lei com a corrupção.
O assassinato de um delator do PCC e de policiais corruptos expôs as entranhas da perigosa mistura entre criminosos e polícia, em São Paulo.
Quando aumenta a infiltração do estado por criminosos, a polícia na ponta passa a ser ignorada ou mesmo desrespeitada pelas quadrilhas armadas.
O próximo passo é nós cidadãos estarmos entregues à própria sorte, como foi o caso de um ciclista, Vitor Medrado, de 46 anos, assassinado em plena luz do dia por uma dupla de assaltantes de motocicleta, na semana passada, em São Paulo.
Jorge Antonio Barros é jornalista profissional, editor-chefe do QuarentenaNews e consultor de marketing jurídico.
