Da Hora do Povo
“Reação” se deu após presidente defender o pobre no orçamento. “É engraçado que esse mercado não ficou nervoso durante quatro anos [do governo] Bolsonaro”, completou o presidente
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou, nesta quinta-feira (10), a reação do chamado mercado ao seu discurso defendendo a necessidade do país voltar a crescer, criar empregos, colocar o pobre no orçamento e acabar com a fome. “O mercado fica nervoso à toa”, disse Lula.
“Não vi o mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso durante quatro anos [do governo] Bolsonaro”, completou o presidente, ao ser questionado por jornalistas após sair de reunião com parlamentares aliados na sede da equipe de transição, em Brasília.
Lula apontou em seu discurso que voltou ao governo com uma missão: fazer o país voltar a crescer e melhorar a vida das pessoas. Ele afirmou que esta será a sua “regra de ouro”, numa alusão a um dos instrumentos do neoliberalismo que representam um dos maiores entraves aos investimentos que gerem emprego, que promovam o desenvolvimento e que acabe com a fome no país.
“Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a responsabilidade fiscal deste país? Por que falam toda hora que é preciso cortar gastos, fazer superavit, cumprir teto de gastos?”, disse.
“Sabe qual é a regra de ouro nesse país? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acorde sem ter um pão com manteiga para comer todo dia”, enfatizou Lula. Ele disse que o “mundo do trabalho” e a “reforma da aposentadoria” têm que ser rediscutidos para garantir direitos e qualidade de vida.
“Parece pouco, mas a reforma da aposentadoria fez com que um trabalhador que recebia R$ 2.000 fosse receber R$ 1.300 agora. Uma mulher que recebia R$ 2.000 de pensão do marido vai receber metade disso”, criticou.
“Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia? Por que a gente tem meta de inflação, mas não tem meta de crescimento?”, indagou o presidente. “Se, quando eu terminar o mandato, cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando, outra vez serei o político mais feliz da vida”, completou.