Por Tiago Barbosa
O país completa cinco anos da pandemia e não punir os genocidas pela carnificina de mortes evitáveis humilha a memória e o sofrimento de vítimas e familiares.
É um escárnio com a agonia da falta de ar, das covas coletivas, das despedidas traumáticas sob distância e anonimato.
É endosso à ridicularização bolsonarista da doença, à zombaria sádica da imitação da aflição tutelada pela indiferença à vacina.
Idosos, jovens, pais, mães, brasileiros com destinos cessados pelo descaso convicto e negacionista são relegados ao nada pela omissão conivente sob esquecimentos.
A liberdade gozada por pazuelos, adeptos da cloroquina, médicos, charlatães, golpistas e conselhos avalistas da morte e da dor pisoteia o respeito pela vida.
Mata a dignidade e naturaliza uma barbárie convalidada pela alienação em torno de um delinquente útil à espoliação pelo poder.
A impunidade pela pandemia é a chancela oculta às violências e atrocidades tocadas por quem fez (e faz) da morte e da maldade a prática política – o bolsonarismo.
Cada morte não responsabilizada mantém aberta a cova do Brasil
Tiago Barbosa é jornalista