Flávio de Carvalho: genial iconoclasta

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Por Gilson Ribeiro 

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Não era escocês, embora advindo de família de posses, estudou em Paris e na Universidade de Durham na Inglaterra, onde se formou como engenheiro civil. Nasceu na verdade num dia de agosto de 1899, num distrito de Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Mas fez de São Paulo, sua devota cidade, quando se empregou na empresa de construção civil de Ramos de Azevedo, ao voltar para o Brasil. Logo se tornou amigo dos intelectuais do chamado Movimento Modernista. Ele sim, era um gênio da modernidade. Assim foi o múltiplo Flávio de Resende Carvalho: artista plástico, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, modista e jornalista. Sim. Mantinha uma coluna sobre arquitetura no Diário de São Paulo, de Assis Chateaubriand. Um dia de muito calor foi desafiado pelo seu editor de criar algo inusitado. Não se fez de rogado, naquele dia, 18 de outubro de 1956. Saiu pelo centro de São Paulo, para transeuntes estupefatos, de saia plissada, blusa bufante, sandálias e chapéu. Uma performance que se tornou histórica. E hoje vejo idiotas que se chamam de “influencer”, se achando geniais e modernos, quando não sabem de nada. O termo New-Look foi criado por Flávio de Carvalho. Estância n°3 foi batizada, por ele, o seu desfile pelo Anhangabaú. Flávio morreu na cidade de Valinhos, interior do estado de São Paulo, no mês de junho de 1973. Mesmo esquecido será eterno. E claro, moderno. Na fé. Até. Saravá.

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Gilson Ribeiro é jornalista e trabalhou como repórter nas TVs Globo e Bandeirantes

 

 

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