Por Simão Zygband

Não me considero petista burro ou religioso, como li por aí por entender as ações de Lula ao literalmente tirar o vilão Sérgio Moro das sombras. Quando muito sou Luloafetivo.
Confesso que não gosto do festival de cagação de regras para o Lula. Todo mundo tem uma fórmula mágica para livrar o “ingênuo” Lula de cometer “erros”, de falar a mais do que deve.
Lula não é infalível, óbvio, mas sempre me dá a impressão de que sabe o que está fazendo.
Se não sabe, aos 77 anos, eleito três vezes presidente da República, com mais de 50 anos de política nas costas, então quem o sabe? Os velhos conselheiros de boteco?
É fácil ficar no sofá cagando regras. Mas aos democratas em geral (e os petistas em particular), só resta apoia-lo. Nos acertos e também nos erros.
Lula já tem inimigos suficientes e não precisa de conselhos e, tampouco, donos da verdade. Há milhares deles no nosso campo. Se não for assim, quem o critica, de duas, uma: ou o toma por ingênuo ou por um governante gagá. Não me parece que seja o caso.
Lula não cria crises com as suas falas. Elas já estão aí para serem contornadas.
Ele escolheu Sergio Moro como seu adversário. Tira ele das sombras para que conspire à luz do dia. Burro é quem acha que Moro está morto. Não está. O fascismo não é fácil de esmagar.
De tabela, tira o Bolsonaro do foco. Todo mundo conhece a tática dele: sempre está criando factóides para a mídia e consegue estar nas manchetes das principais publicações, sobretudo pelo avesso, pelas barbaridades que falou ou cometeu. Assim se elegeu presidente da República e quase conseguiu a reeleição: falem mal, mas falem de mim. Fica sempre em evidência.
Esta coisa de fazer a crítica fácil, a análise confortável de quem não está no olho do furacão, na minha opinião, deve ser evitada. Não vai construir nada. É bom lembrar que o governo Lula tem menos de 100 dias de existência no terceiro mandato.
Deixem o Homem trabalhar!