Por Thais Morimoto – jornal da FFLCH/USP
Com suas graduações interrompidas, estudantes lutaram pela democracia e o fim da ditadura militar. Dia 26 de agosto, a FFLCH realiza evento em homenagem à resistência pelas violências, torturas, mortes e desaparecimentos sofridos pelas vítimas
No dia 26 de agosto, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP realizará uma cerimônia especial para conceder diplomas honoríficos de graduação a 15 estudantes que foram mortos durante a ditadura militar. O evento ocorrerá às 15 horas, no Auditório Nicolau Sevcenko, localizado no Edifício Eurípedes Simões de Paula (Geografia e História). Também haverá transmissão online.
Veja a seguir a história dos 15 estudantes que foram mortos pela ditadura militar:
Antonio Benetazzo
Filho de imigrantes italianos perseguidos pelo fascismo, Antonio Benetazzo chegou ao Brasil aos nove anos. Em 1962, iniciou sua participação no movimento estudantil e se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Após uma passagem pela Faculdade de Arquitetura da USP, matriculou-se em Filosofia na mesma universidade em 1967, mas abandonou o curso no ano seguinte. Militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), viajou a Cuba para treinamento político e, após divergências internas, ajudou a fundar o Movimento de Libertação Popular (MOLIPO). Retornou ao Brasil em 1971 e, em 28 de outubro de 1972, foi preso, levado ao DOI-CODI/SP, onde foi torturado até a morte. A versão oficial alegava que ele se suicidou, mas investigações posteriores confirmaram que sua morte foi resultado das torturas. Além de sua atuação política e acadêmica, Benetazzo era artista plástico, mas sua obra permaneceu desconhecida por muito tempo. Em 2016, o Centro Cultural São Paulo exibiu a mostra Antonio Benetazzo, permanências do sensível, com cerca de 90 obras, resgatando sua memória. A cidade de São Paulo também o homenageou, nomeando uma praça próxima ao MASP em sua honra.
Carlos Eduardo Pires Fleury
Carlos Eduardo, nascido em 5 de janeiro de 1945 em São Paulo, foi estudante de Filosofia na USP e Direito na PUC e integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN). Em 30 de setembro de 1969, foi preso e levado para a Operação Bandeirante (OBAN), onde foi torturado por vários dias, chegando a sofrer uma parada cardíaca. Após tentar suicídio durante um encontro inventado e planejado por ele na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, foi hospitalizado e, mesmo em estado debilitado, voltou a ser torturado. Em junho de 1970, foi libertado junto com outros 39 presos políticos em troca do embaixador alemão no Brasil, Ehrenfried von Holleben. Fleury foi banido do país, indo para a Argélia e, posteriormente, Cuba, onde passou por treinamento de guerrilha. Retornou clandestinamente ao Brasil em 1971 e se juntou ao Movimento de Libertação Popular (MOLIPO). No entanto, foi assassinado em 10 de dezembro de 1971, pouco depois de seu retorno, reforçando a ideia de que existiria uma sentença de morte implícita aos militantes banidos do país que voltassem a atuar ilegalmente. A autópsia revelou marcas de algemas, indicando que ele foi preso antes de ser executado.
Catarina Helena Abi-Eçab
Catarina, nascida em 29 de janeiro de 1947 em São Paulo, era filha de Helena Elias Xavier Ferreira e Trajano Xavier Ferreira. Após concluir o colegial no Colégio Comercial Mackenzie em 1965, matriculou-se no curso de Filosofia da FFCL/USP em 1967, mas abandonou os estudos no ano seguinte. Militante do movimento estudantil, casou-se com João Antônio Santos Abi-Eçab em maio de 1968. A versão oficial afirma que ambos morreram em um acidente de carro no Rio de Janeiro, em 8 de novembro de 1968. O veículo teria colidido com um caminhão e explodido devido à detonação de explosivos supostamente encontrados no carro. Contudo, reportagens exibidas no Jornal Nacional em abril de 2001, desmentiram essa versão, revelando que o casal foi, na verdade, executado. O ex-soldado do Exército Valdemar Martins de Oliveira, em entrevista a Caco Barcellos, relatou que Catarina e João foram presos, torturados e mortos em um sítio em São João do Meriti, sob suspeita de envolvimento na execução do capitão americano Charles Rodney Chandler. Após a execução, os órgãos de repressão teriam forjado o acidente para encobrir o crime.
Fernando Borges de Paula Ferreira
Fernando, nascido em 1º de outubro de 1945 em São Paulo, destacou-se como líder estudantil e ativista sindical durante sua graduação em Ciências Sociais na USP, iniciada em 1965. Conhecido como “Fernando Ruivo”, foi preso em 1966 durante uma assembleia no sindicato dos metalúrgicos, mas liberado logo depois. Participou da Dissidência Universitária de São Paulo (DISP), originada no Partido Comunista Brasileiro (PCB), que se dispersou em 1968, com seus membros se unindo à ALN e à VPR. No Congresso em Mongaguá, em julho de 1969, militantes dessas organizações formaram a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Em 30 de julho de 1969, Fernando foi emboscado por agentes do Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil (DEIC) em São Paulo, resultando em sua morte. A versão oficial alegava troca de tiros, mas o laudo de necropsia revelou inconsistências, como o fato de Fernando ter sido atingido por um único tiro de baixo para cima, sugerindo que ele já estava caído e provavelmente já ferido. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Paz pela família, que não buscou reconhecimento oficial como vítima do regime militar, o que levou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) a não investigar seu caso.
Francisco José de Oliveira
Francisco, nascido em 5 de abril de 1943 em Cabrália Paulista, São Paulo, matriculou-se em Ciências Sociais na USP em 1967, onde ficou conhecido como “Chico Dialético”. Militante da Dissidência Universitária de São Paulo (DISP), originada no Partido Comunista Brasileiro (PCB), ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN) em 1969. Em janeiro de 1970, foi emitido um mandado de prisão contra ele por atividades subversivas, o que o levou a se refugiar em Cuba. Francisco retornou ao Brasil em 1971 como membro do Movimento de Libertação Popular (MOLIPO). Em 5 de novembro de 1971, segundo a versão oficial, foi morto após um confronto com agentes do DOI-CODI/SP na Rua Turiassu, São Paulo. Francisco, acompanhado de Maria Augusta Thomaz, foi reconhecido em uma lanchonete, o que desencadeou uma perseguição policial. Maria Augusta conseguiu escapar, mas Francisco foi gravemente ferido e, ao tentar fugir, foi morto com uma rajada de metralhadora pelas costas. O laudo de necropsia apresentou contradições em relação à foto do Instituto Médico Legal (IML), mostrando sinais de edemas e escoriações que não foram mencionados. Além disso, o laudo foi registrado com um nome falso, apesar de ter anotações ao lado com a identidade verdadeira. A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) concluiu que houve uma tentativa de ocultar sua prisão, tortura e morte.
Helenira Resende de Souza Nazareth
Helenira, nascida em 11 de janeiro de 1944 em Cerqueira César, São Paulo, era filha de Adalberto de Assis Nazareth e Euthália Rezende de Souza Nazareth. Concluiu o colegial no Instituto de Educação de Assis em 1963 e ingressou no curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP) em 1965. Entretanto, trancou o curso em 1967. Militante ativa, Helenira foi eleita presidente do Centro Acadêmico e, em 1968, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Nesse mesmo ano, foi presa duas vezes: em maio, ao tentar mobilizar colegas para uma passeata, e em outubro, durante o XXX Congresso da UNE em Ibiúna, sendo detida com outros 800 estudantes. Após dois meses no Presídio de Mulheres do Carandiru, foi liberada por habeas corpus pouco antes da edição do AI-5. Já militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), passou a viver na clandestinidade, mudando-se para a região do Araguaia. Em 29 de setembro de 1972, segundo o Relatório Arroyo, Helenira foi morta após um confronto com soldados enquanto atuava como guarda em um ponto estratégico na mata. Mesmo ferida, resistiu, mas foi capturada e torturada até a morte. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil pelo desaparecimento forçado de 62 pessoas na Guerrilha do Araguaia, incluindo Helenira. Seu corpo nunca foi encontrado.
Ísis Dias de Oliveira
Ísis nasceu em 29 de agosto de 1941, em São Paulo, filha de Edmundo Dias de Oliveira e Felicia Mardini de Oliveira. Em 1965, ingressou no curso de Ciências Sociais da USP e passou a residir no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (CRUSP). Atuou no cursinho do grêmio da faculdade, mas abandonou o curso em 1967, no segundo ano. Em 1969, participou de um treinamento em Cuba, retornando clandestinamente ao Brasil em 1970. No início de 1972, Ísis se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi presa em 30 de janeiro e, desde então, permanece desaparecida. Sua família buscou incessantemente por informações, mas sem sucesso. Em 1979, um general admitiu em entrevista à Folha de São Paulo que Ísis estava entre os 12 presos políticos desaparecidos que haviam sido mortos. Em 1987, a revista Isto É publicou uma matéria em que o médico Amílcar Lobo, que assistia a sessões de tortura, afirmou ter visto Ísis no DOI-CODI/RJ, embora não precisasse a data. Sua ficha foi encontrada no arquivo do DEOPS/PR, na gaveta de “Falecidos”, mas os relatórios oficiais dos Ministérios da Marinha e do Exército continuavam a afirmar que ela estava “foragida”. Em 2010, sua mãe faleceu aos 93 anos sem descobrir o destino de Ísis. Em sua homenagem, o centro acadêmico de Ciências Sociais da USP foi renomeado como CeUPES Ísis Dias de Oliveira, reconhecendo sua importância no movimento estudantil.
Jane Vanini
Jane Vanini nasceu em 8 de setembro de 1945, em Cáceres, Mato Grosso. Mudou-se para São Paulo em 1966 para cursar Ciências Sociais na USP, mas abandonou o curso em 1970. Desde jovem, teve uma atuação política ativa, integrando grêmios estudantis e centros acadêmicos. Em 1969, uniu-se à Ação Libertadora Nacional (ALN). Junto com seu companheiro, Sérgio Capozz, foi perseguida. O casal fugiu para o Uruguai e depois para Cuba, onde integraram o Movimento de Libertação Popular (MOLIPO). Retornaram clandestinamente ao Brasil, tentando estabelecer uma base em Goiás, mas a repressão os forçou a buscar asilo no Chile em 1972. No país, Jane militou no Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR) e trabalhou na revista Punto Final. Após o golpe de Estado em 1973, que levou Pinochet ao poder, Jane viveu na clandestinidade com seu novo companheiro, José Carrasco Tapia. Em 6 de dezembro de 1974, após a prisão de José, Jane tentou resgatá-lo, mas foi presa após resistir por quatro horas contra agentes policiais. Deixou um bilhete para José: “Perdóname mi amor, fue un último intento por salvarte.” Em 1993, o governo chileno reconheceu sua responsabilidade pela morte de Jane e concedeu uma pensão à sua família. Seu corpo nunca foi encontrado, e Jane é considerada desaparecida política, sem que seus restos mortais tenham sido entregues à família até hoje.
João Antônio Santos Abi-Eçab
João Antônio Abi-Eçab nasceu em 4 de junho de 1943, em São Paulo. Em 1963, ingressou no curso de Filosofia na USP, mas abandonou os estudos em 1968. Durante os seus anos na faculdade, foi ativo no movimento estudantil, participou da Comissão de Estruturação de Entidades no XVIII Congresso da UEE em 1965 e do Diretório Acadêmico em 1966. Em 1967, foi preso e indiciado por “terrorismo” pelo DEOPS/SP, mas liberado por habeas corpus. Casou-se com Catarina Helena Abi-Eçab em maio de 1968. A versão oficial de sua morte, divulgada em 8 de novembro de 1968, afirmava que o casal faleceu em um acidente de carro, após o veículo colidir com um caminhão e explodir. Contudo, em 2001, reportagens de Caco Barcellos revelaram que João e Catarina foram, na verdade, executados pelo DOI-CODI/RJ. Um ex-soldado do Exército, Valdemar Martins de Oliveira, confirmou em entrevista que o casal foi preso, torturado e executado, com a história do acidente sendo forjada pelos órgãos de repressão para encobrir o crime.
Luiz Eduardo da Rocha Merlino
Luiz Eduardo Merlino nasceu em 18 de outubro de 1947, em Santos, São Paulo. Estudante de História na USP a partir de 1969, ele abandonou o curso no ano seguinte. Em dezembro de 1970, viajou à França para participar do 2º Congresso da Liga Comunista. Após retornar ao Brasil, em 15 de julho de 1971, foi preso violentamente em Santos e levado ao DOI-CODI/SP, onde foi torturado por 24 horas ininterruptas até a morte. Embora o atestado de óbito tenha registrado 19 de julho de 1971 como a data da morte, a família só soube do falecimento no dia seguinte. As autoridades inicialmente alegaram suicídio e, posteriormente, morte por “auto atropelamento”. O laudo de necropsia tentou reafirmar a versão oficial acerca de sua morte. A família de Merlino ingressou com uma ação judicial contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de ser o responsável por sua morte. Embora a justiça tenha inicialmente reconhecido a responsabilidade de Ustra, o coronel faleceu em 2015, sem ter sido oficialmente punido, deixando um sentimento de impunidade.
Maria Regina Marcondes Pinto
Maria Regina nasceu em 17 de julho de 1946, em Cruzeiro, São Paulo. Estudava Ciências Sociais na USP, mas abandonou o curso entre 1969 e 1970 para se juntar ao companheiro Emir Sader, exilado em Paris. Após seis meses na França, o casal se mudou para Santiago, no Chile, onde Maria Regina se envolveu com o Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR). Durante o golpe de Estado de setembro de 1973, que colocou Pinochet no poder, ela foi presa, mas conseguiu retornar ao Brasil. Seis meses depois, mudou-se para Buenos Aires, onde passou a estudar e trabalhar como professora de português. Em 10 de abril de 1976, Maria Regina desapareceu após se encontrar com o médico Edgardo Enriquez, também ligado ao MIR. O Estado argentino, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, reconheceu sua responsabilidade no desaparecimento. Seu corpo nunca foi localizado, e Maria Regina é considerada desaparecida política, sem que seus restos mortais tenham sido entregues à família até hoje.
Ruy Carlos Vieira Berbert
Ruy nasceu em 16 de dezembro de 1947, em Regente Feijó, São Paulo. Matriculou-se em Letras na USP em 1968, onde se envolveu ativamente no movimento estudantil. No mesmo ano, trancou a matrícula após o confronto conhecido como “Batalha da Maria Antônia” e foi preso no 30º Congresso da UNE, em Ibiúna. Em 1969, Ruy recebeu treinamento de guerrilha em Cuba, retornando clandestinamente ao Brasil em 1971. Pouco se sabia sobre seu desaparecimento até a abertura dos arquivos do DEOPS/SP. Em meados de junho de 1991, a Comissão de Familiares recebeu um atestado de óbito de Ruy, sob o nome de João Silvino Lopes, que teria supostamente se suicidado em 2 de janeiro de 1972, em Natividade (GO). Documentos indicam que ele foi torturado antes de sua morte, durante a “Operação Ilha”, que visava capturar guerrilheiros do MOLIPO treinados em Cuba. Ruy é considerado desaparecido político, pois seus restos mortais nunca foram entregues à família, impossibilitando seu sepultamento.
Sérgio Roberto Corrêa
Sérgio nasceu em 27 de julho de 1941, em Mogi das Cruzes, São Paulo. Em 1967, ingressou no curso de Ciências Sociais na USP, mas trancou a matrícula em 1968. Acusado de integrar o Grupo Tático Armado (GTA) da Aliança Libertadora Nacional (ALN/SP), Sérgio usava o codinome Gilberto. Ele teria morrido na madrugada de 4 de setembro de 1969, junto com Ishiro Nagami, quando o carro em que estavam explodiu na Rua da Consolação, em São Paulo. A explosão, supostamente causada pelos explosivos que transportavam, destroçou o corpo de Sérgio, que foi enterrado como indigente no Cemitério da Vila Formosa em 19 de setembro de 1969. Sérgio morreu no local. Três armas no carro não foram destruídas, assim como a carteira de habilitação de Ishiro.
Suely Yumiko Kanayama
Suely Nakayama, nascida em 25 de maio de 1948 em Coronet Macedo, São Paulo, ingressou na USP em 1967, onde estudou Licenciatura em Língua Portuguesa e Germânica, além de cursar Língua Japonesa como cadeira opcional. Em meio à repressão política, abandonou a universidade em 1970 para se dedicar à militância clandestina. No final de 1971, Suely chegou à região do Araguaia, sudeste do Pará, e integrou o destacamento B da guerrilha. Segundo uma reportagem do “Diário Nippak”, de 1979, Suely foi morta por rajadas de metralhadora e enterrada em Xambioá, Tocantins, com seu corpo irreconhecível e posteriormente exumado por desconhecidos. Em dezembro de 1973, durante a repressão à guerrilha, ela desapareceu após sair em missão. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerrilha do Araguaia, incluindo Suely, exigindo investigação e responsabilização pelos crimes, além de determinar o paradeiro das vítimas.
Tito de Alencar Lima
Tito de Alencar Lima nasceu em 14 de setembro de 1945, em Fortaleza, Ceará. Após estudar em colégios católicos, ingressou na Ordem dos Dominicanos em 1965 e foi ordenado sacerdote em 1967. Em 1969, iniciou o curso de Ciências Sociais na USP, mas abandonou os estudos em 1970. Tito foi preso em 4 de novembro de 1969, acusado de ligações com a Ação Libertadora Nacional (ALN). Sofreu torturas intensas por 40 dias pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DEOPS/SP. Foi transferido para o Presídio Tiradentes. No dia 17 de dezembro de 1970, foi levado para a sede da Operação Bandeirante (OBAN) e torturado, onde permaneceu até ser banido do Brasil em 1971, em troca pela libertação do embaixador suíço. Instalou-se na França, mas a tortura deixara nele marcas profundas. Em 7 de agosto de 1974, Frei Tito, como era conhecido, suicidou-se no convento dominicano de Sainte-Marie de la Tourette. Suas cinzas foram trazidas ao Brasil e enterradas em Fortaleza, em 1983, após uma homenagem litúrgica em São Paulo com a presença de D. Paulo Evaristo Arns.