Por Simão Zygband
Fui vítima de um golpe banal que me prejudicou muito e causou prejuízos financeiros a alguns de meus amigos. Claro que manterei seus nomes em sigilo, assim como a pessoa por quem o golpista se passou para conseguir literalmente roubar o meu WhatsApp. Desta forma, se passando por mim, passou a disparar mensagens para os meus contatos e, o que é pior, controlar meus grupos de zap, sobretudo o Construir Resistência, do qual eu era o único administrador. Depois que o criminoso consegue controlar o aplicativo, confesso que não consegui reaver o número que ele rackeou e, tampouco, impedir na operadora Vivo que eles o bloqueassem.
O meu infortúnio cibernético começou no dia 27 de novembro, por volta das 9 horas da manhã. Recebi uma mensagem de uma pessoa insuspeita, pertencente a meu grupo de contatos, que por alguma razão me solicitou que eu lhe passasse os seis números que apareciam no meu whatsApp. Não me lembro o que o criminoso, travestido como minha conhecida, alegou. Eu ainda estava meio sonado.
Mas como ele insistiu no crime, lembrei-me o que ele me pediu; “estou precisando receber um SMS. Só que meu celular não está recebendo SMS. Posso enviar no seu celular e chegando, vc me envia de volta por aqui?”
Achei o pedido nada comprometedor. Afinal, a pessoa era extremamente confiável e não estava me pedindo dinheiro. Este foi o meu erro. Nunca imaginei que os números que estava passando para o criminoso eram exatamente aqueles que lhe proporcionaria o controle total do meu WhatsApp. A partir daquele momento tinha perdido o controle do aplicativo e se iniciava um périplo de difícil solução. O primeiro conselho que dou: nunca passem qualquer número ou dinheiro aos golpista, mesmo que eles sejam amigos muito próximos. Vale sempre dar uma ligada antes para confirmar o pedido.
Depois de uma meia-hora me liga um sujeito que se identificou como sendo do suporte do “WhatsApp Brasil”. Perguntou se eu estava encontrando dificuldades com o meu zap. A esta altura sabia que tinha caído no golpe. Já havia mandado mensagem para a pessoa que me apareceu pedindo os 6 números e ela me confirmou que havia caído também no golpe e que não teve como avisar todo mundo.
Atendi o golpista que se fazia passar por “suporte do zap Brasil” já com mil pedras nas mãos. Dirigi-lhe os mais cabeludos impropérios, dizendo-lhe que eu mesmo era um policial de combate a crimes cibernéticos, que o colocaria em cana e desliguei.
Minutos depois ele me liga novamente dizendo que queria 500 reais para liberar o meu zap e me passou um link, pelo messenger (o zap eu não tinha mais) para eu fazer um pix para ele. Disse então que eu era do PCC e que ele não sabia com quem estava lidando. “Mas você não disse que era policial?”, troçou ele de mim.
Fiquei furibundo. Logo começaram a aparecer ligações no meu celular. Eram pessoas que tinham caído em um golpe semelhante ao que eu cai. O criminoso, se passando por mim, pedia a elas dinheiro ou os seis números. Postei mensagens no facebook sobre a clonagem do meu zap, disparei também mensagens pelo Messenger, mas o alcance é infinitamente menor que o zap.
Até o meu filho Thiago, supondo se tratar de mim, quase caiu no golpe. Afinal, a abordagem não é só com a minha foto (como fazem centenas de golpistas), mas com o meu próprio número de celular. Difícil desconfiar que não se tratava de mim mesmo. Desta maneira, lesou financeiramente dois de meus amigos (que lhe repassaram dinheiro por “empréstimo” como se fosse para mim) e alguns lhe passaram números como eu passei, ficando sem os seus whatsApp.
Pedi aos conhecidos que entrassem no nosso grupo de whatsApp para comunicar os amigos que não passassem nenhuma informação ou valores ao golpista. Mas como ele controlava os grupos, simplesmente excluía aqueles que tentavam avisar aos demais. Se bobear, até hoje controla o meu grupo, uma vez que eu era o único administrador.
Soube no domingo que o criminoso ainda está em poder do meu número antigo de zap o 11 99726-8051. Tenho um novo que é o 11 91190-2628. Este é o meu atual. Também não consegui bloquear a linha clonada na Vivo. Quanto ao zap, um serviço de diálogo impossível. Além de não ter bloqueado o golpista, bloqueou o novo número que troquei na operadora. Só na Vivo tive que trocar de número três vezes.
Ou seja, muito cuidado com os golpistas, pois eles estão aí sempre descobrindo maneiras de te lesar. É de se ressaltar que é impossível o contato com o WhatsApp, a com a Vivo é sofrível, ainda mais no Natal.
Quis levar esta matéria do golpe para um colega jornalista de um poderoso portal e sua chefia não achou a matéria pertinente e também pedi orientação para um assessor do Deic e estou até agora esperando o contato.
Para minha sorte, quando soube que um segundo amigo havia perdido um valor para o golpista em meu nome e que meu antigo número ainda estava sendo operado pelo criminoso, ao digitar o número nos meus contatos, apareceu o nome do ladrão. Se a polícia funcionar, não está difícil de localizar. Eu ainda tenho esperança de pegá-lo para que não lese mais ninguém, sobretudo os meus amigos e ainda mais em meu nome.
***************************************
O CONSTRUIR RESISTÊNCIA DEPENDE DO SEU APOIO
PIX para Simão Félix Zygband
CPF 035.540.088-00 (copie e cole este cpf no pix)
OU CLICANDO E SE ENTRETENDO NOS ANÚNCIOS QUE APARECEM NA PÁGINA.
QUALQUER FORMA DE CONTRIBUIÇÃO É BEM VINDA.
Simão Zygband é jornalista, editor do site Construir Resistência, com passagens por jornais, TVs e assessorias de imprensa públicas e privadas. É de ascendência judaica e defensor da Paz