Com as queimadas, os golpistas se superam

Por Simão Zygband

 

Desta vez os golpistas estão se superando. E até agora não engolem a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta coisa de tocar fogo nos canaviais, dando a impressão de que vivemos os finais dos tempos, só pode interessar aos fascistas, que se incomodam com um governo que engloba todos os brasileiros, por mais diferente e diverso que ele possa parecer, numa sociedade inclusiva, que insere os pobres e os miseráveis no mercado consumidor.

Eleger Jair Bolsonaro talvez tenha sido a coisa mais fétida que os brasileiros cometeram em toda a sua história. Pariu um asqueroso bebê diabo que reuniu em torno de si a pior escória do que poderia existir no Brasil: traficantes, milicianos, pastores exploradores da fé, ruralistas inescrupulosos, terroristas, financiadores do extremismo fascista. O objetivo deles é criar uma situação de caos, de medo, favorável para discursos rancorosos, sobretudo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os candidatos por ele apoiado nas eleições municipais de outubro.

Desta vez, entretanto, parece que os extremistas ligados ao agronegócio estão se superando em suas táticas perversas, tocando fogo nas pastagens e canaviais, encobrindo centenas de cidades brasileiras de fumaça e fuligem. É uma tática criminosa, que ocasiona desastres ambientais e ecológicos muitas vezes irrecuperáveis e graves problemas de saúde na população, sob o olhar complacente (senão cúmplice), do governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas.

Um dos vídeos que mais me chamou a atenção e que viralizou nas redes sociais neste final de semana mostra um homem munido com um botijãozinho de gás e uma espécie de lança-chamas na ponta incendiando propositalmente um canavial. Ele era acompanhado de perto pelo caminhão de placas SHF 8D33 pertencente á Delta Sucroenergia, uma empresa sucroalcooleira que atua na região de Ribeirão Preto, próximo ao Triângulo Mineiro, onde foram provavelmente feitas as imagens.

A Delta Sucroenergia é a mesma empresa que em 2021, ainda sob do (des)governo Bolsonaro, foi multada pelo exercício ilegal da queimada, procedimento que sua defesa jurou perante a Justiça de não realizar. Produziram assim uma prova inequívoca do crime ecológico. Deveriam ir literalmente, sem trocadilho, em cana. O caminhoneiro que produziu a filmagem ainda faz a narrativa: “eles chamam isso de queima controlada. Mas isso não existe não. Eles puseram fogo de lá e agora estão botando de cá. E aí o que tiver pelo caminho vai queimando. É tatu, tamanduá, onça, o que tiver vai queimar tudo aí dentro”.

Evidente que uma ação coordenada pelos golpistas, que tocaram fogo ao mesmo tempo em vários pontos do estado de São Paulo, são os mesmos que financiaram a tentativa de golpe de 8 de janeiro.

Isso obrigou o governo a acionar a Polícia Federal (PF) para investigar a possível origem criminosa das queimadas que se espalharam pelo estado de São Paulo, sobretudo no dia 21. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a compará-la ao “dia do fogo”, ocorrida em 10 de agosto de 2019, quando uma ação orquestrada por ruralistas criminosos ateou fogo em mais de 470 propriedades rurais. “Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo”, afirmou.

“Nesse momento é uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”, disse a ministra. “Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte de nossa experiência de combate ao fogo.”

 

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Simão Zygband é jornalista, editor do site Construir Resistência, com passagens por jornais, TVs e assessorias de imprensa públicas e privadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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