Bateu desespero: milionários buscam terceira via para enfrentar Lula

Por Simão Zygband

 

O único candidato que tem chances de acabar com esta verdadeira mamata dos milionários no Brasil bolsonarista das offshores é exatamente o ex-presidente Lula, que tem chances reais de vitória nas eleições de 2022 

 

Um dos principais responsáveis pela maior crise enfrentada pelo Brasil em toda a sua história,  o presidente do Itaú Unibanco Holding, Roberto Setubal, se mostrou insatisfeito com a sua cria, Jair Bolsonaro e disse, em entrevista recente, que o país precisa encontrar uma terceira via.

O problema de golpistas como Roberto Setubal e o grupo de banqueiros e grandes empresários que estiveram por trás do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, é que o presidente (sic) que eles ajudaram a eleger não possui condições de derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, franco favorito nas pesquisas há um ano das eleições de 2022.

Se o genocida Bolsonaro estivesse bem diante da opinião pública, os reais donos do poder, entre os quais se inclui Roberto Setubal, não veriam problemas em mantê-lo como candidato à reeleição, mesmo sendo ele o responsável  por mais de 600 mil mortes pela negligência presidencial diante da pandemia de Covid-19.

Afinal, Bolsonaro fez bem a lição de casa como eles pretendiam ao dar o golpe em Dilma: liquidaram com os direitos trabalhistas, acabaram com o Ministério do Trabalho, efetuaram uma reforma da Previdência totalmente lesiva aos trabalhadores (que dificilmente conseguirão se aposentar e terão que optar por uma Previdência privada, a principal pauta deles, que são adquiridas em bancos), terceirização maciça da mão de obra, além das reformas ultraconservadoras com roupagem de neoliberal.

Mas Bolsonaro, mesmo seguindo a risca a política implementada pelos banqueiros e grandes empresários, não se saiu bem como o garoto propaganda desses interesses: é um elemento ligado às milícias, seus filhos ostentam riqueza incompatível com seus ganhos (um deles chegou a se fantasiar de sheik em Dubai), os gastos com cartão corporativo dispararam, isso sem contar em uma política econômica tão genocida como a do combate à Covid-19. A economia brasileira se tornou bem pior que a Venezuela ou Cuba, países que enfrentam grande boicote.

O principal representante dos banqueiros no governo Bolsonaro é o ministro da Economia, Paulo Guedes, pego com a boca na botija no escândalo da chamada Panamá Papers, possuindo mais de US$ 10 milhões em paraísos fiscais e sendo beneficiário direto da desvalorização da moeda no país. O fracasso econômico de Guedes empobreceu o Brasil, mas lhe rendeu cerca de R$ 14 milhões em moeda local.

Em qualquer país sério do mundo, diante do escândalo, Paulo Guedes teria sido exonerado ou pedido demissão, mas por ser exatamente o representante dos banqueiros e dos grandes empresários no governo Bolsonaro, passou incólume. Afinal, todos eles também têm polpudas contas em offshores no exterior e retiraram em 2020 a bagatela de US$ 80 bilhões da economia brasileira. Uma sangria sem precedentes.  São todos muito patriotas, evidentemente. Até devedores da Receita Federal, como Luciano Hang, o Véio da Havan, tinham milhões depositados em paraísos fiscais, assim como a família de Roberto Civita, donos da editora Abril, que decretaram falência para não pagar os ex-funcionários demitidos.

O único personagem que pode acabar com esta verdadeira mamata dos milionários no Brasil bolsonarista das offshores é exatamente o ex-presidente Lula, que tem chances reais de vitória nas eleições de 2022.  O mínimo que se pode dizer dele é que ele possui sensibilidade social. Para eles isso é uma terror. Mas não têm como embalar o bebê diabo que ajudaram a parir, pois de fato, Bolsonaro faz um governo tão ruim e tem uma imagem pessoal e política tão desastrosa, que não conseguirá derrotar o ex-sindicalista (e talvez nenhum outro adversário).

Por isso tentam alucinadamente encontrar o candidato da terceira via, pois somente com ele poderão manter todos os seus privilégios. Mas, como dizia Mané Garrincha, vão ter que “combinar com os russos” ou com milhões de brasileiros que esperam ansiosamente a volta do ex-presidente Lula.

 

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