As oportunidades se abriam para quem precisava ter uma chance; um passo de cada vez, mas sempre seguindo em frente.
O 7 de setembro era o dia de compartilhar nossas conquistas, a melhoria da qualidade de vida e o crescimento que colocou o Brasil entre as seis maiores economias do mundo. Mesmo nos momentos difíceis, era o dia de levar uma mensagem de fé e esperança na construção de um país soberano e mais justo, um Brasil verdadeiramente independente.
Porque este é o papel de um presidente da república: manter acesa a confiança no presente e no futuro, mostrar que é possível superar os obstáculos.
Um presidente tem de saber somar forças e governar com este sentimento permanente, porque é dele que vem o exemplo para o país.
Especialmente neste sete de setembro de um ano tão difícil, era de se esperar um gesto assim de quem está governando o país, que ele desse uma palavra de solidariedade às famílias vítimas da pandemia, e viesse anunciar um plano para garantir a vacina para todos, pondo fim a essa angústia que a população está vivendo.
Era de se esperar dele um plano para gerar empregos, que desse um alento aos trabalhadores, que viesse dizer que a Petrobrás vai voltar a vender gasolina pelo custo real e não mais pelo preço em dólar, porque foi essa política errada que fez disparar o preço dos combustíveis. Que apresentasse medidas para baixar o preço dos alimentos, para garantir um mínimo de dignidade a quem está na fila do osso.
Mas ao invés de anunciar soluções para o país, o que ele faz neste dia é chamar as pessoas para a confrontação. É convocar atos contra os poderes da república, contra a democracia, que ele nunca respeitou. Ao invés de somar, estimula a divisão, o ódio e a violência.
Definitivamente, não é isso que o Brasil espera de um presidente.
Meus amigos, minhas amigas
Eu não preciso dizer os números do custo de vida, do desemprego, da falta de investimento, da pandemia, da fome que voltou ao Brasil.
Basta sair na rua pra ver que o brasileiro está sentindo na pele a destruição do país. Mas hoje eu estou aqui para dizer que, apesar de tudo, o Brasil tem jeito. Que é possível sim criar empregos novamente, que o salário deve crescer e ganhar a corrida contra a inflação, que é possível produzir comida saudável a preço justo pra colocar na mesa das famílias outra vez.
Porque o nosso povo tem toda capacidade de recuperar este país, de fazer o Brasil voltar a crescer e proporcionar vida com qualidade para todos.
O Brasil andou pra trás porque o governo federal parou de investir no crescimento e nos programas que ajudam o povo.
Cortaram as verbas das escolas, dos hospitais, da agricultura familiar. encolheram o bolsa família.
E nenhum país do mundo – nenhum – vai pra frente sem investimento público.
Pararam as obras que geram emprego e fazem a economia girar, e ao mesmo tempo, continuaram cobrando cada vez mais imposto do pobre do que dos ricos.
São essas injustiças que nós precisamos enfrentar novamente para colocar o Brasil de pé. Por isso venho dizendo que a solução para o país é colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.
A fome, a pobreza, o desemprego e a desigualdade não são mandamentos divinos. São resultado de erros que nós podemos e devemos corrigir, para mudar esta situação. Mudar com coragem, com confiança na nossa gente e com democracia sempre.
Eu sei que a vida nunca foi tão dura para a imensa maioria do nosso povo. Mas eu aprendi a acreditar sempre na força dos brasileiros e das brasileiras.
E neste sete de setembro eu quero deixar registrada uma mensagem de esperança.
É preciso continuar lutando para superar este momento, como superamos tantas outras crises no passado.
Tenho fé que vamos reconstruir este país. Com justiça, soberania e oportunidades.
Para nós, nossos filhos e nossos netos.
Acreditem: o Brasil tem jeito.
Muito obrigado e viva o sete de setembro!
Luiz Inácio Lula da Silva”