Da Redação
Mouzar Benedito, jornalista e escritor com dezenas de livros publicados e trajetória em diversos veículos da imprensa alternativa e da grande imprensa, tem muita história para contar, ou causos, como sua mineirice pede.
A luta contra a ditadura foi árdua (ainda é) e deu origem a diversas publicações como Versus, Movimento, Mulherio, Lampião e o Pasquim, entre outros.
Essa resistência gerou também situações inusitadas, perrengues que hoje podemos relembrar entre risos.
Causos incríveis, hilários e bizarros, Mouzar vai contar no dia 19, com seu estilo irreverente.
Um bate papo imperdível.
– Quarta-feira, 19/02 às 19h
– Sindicato dos Jornalistas de SP – Auditório Wladimir Herzog
– Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja
Um causo contado pelo próprio Mouzar
“A praça Vladimir Herzog vai receber um revestimento com nomes de todos os premiados pelo Sindicato dos Jornalistas.
No primeiro ano que o prêmio foi concedido, o jornal Em Tempo ganhou pela série de matérias sobre presos políticos de São Paulo e Rio de Janeiro.
Quem fazia essas matérias era eu, que comecei a visitar amigos presos no Rio e depois em São Paulo.
Mas eu assinava as matérias com o pseudônimo Rezende Valadares Netto porque, se assinasse com o meu nome, seria impedido de entrar nos presídios.
Então, quem recebeu o prêmio foi o diretor do jornal. Esqueci disso. Um dia o incansável Sergião (Sérgio Gomes, criador e diretor da Oboré) me encontrou no sindicato e perguntou sobre o prêmio.
Contei a história pra ele, achando que pararia por aí, mas não.
Liderando um monte de atividades que se realizam na praça Vladimir Herzog e fora dela, ele e um grupo amigo decidiram homenagear os ganhadores do prêmio, gravando seus nomes ali.
E resolveram que o primeiro bloco com nome dos premiados seria o meu. Não mereço. E não é modéstia, alguns jornalistas foram muito mais perseguidos e ferrados por sua atuação na imprensa e na causa dos direitos humanos.
Mas sem dúvida me sinto orgulhoso (eita!) e agradecido.
Obrigado, Sergião e demais amigos da praça e da causa”