Da Redação com edição de Simão Zygband
Cidade dilacerada, o Rio de Janeiro amanhece contando cadáveres numa praça da Penha, resgatados por moradores depois de mais uma explosão da barbárie nossa de cada dia.
Não foi a primeira, não será a última. O Rio precisa sair desse labirinto que se presta à exploração política da pior espécie, que joga a cidadania no lixo e que só oferece a brutalidade como saída. Me lembro do Chico: “São Sebastião crivado nublai minha visão na noite da grande fogueira desvairada…”.
Cristina Serra – Rio de Janeiro (RJ)
Nayib Bukele
Quantos inocentes foram mortos na chacina no Rio, que fez o julgamento sumário de bandidos e acabou matando também policiais?
A matança é manchete até nos dois maiores argentinos, Clarín e Nación, mesmo que o assunto por lá seja a euforia com a vitória de Milei nas eleições parlamentares.
Claudio Castro quer virar personagem mundial, na linha de Nayib Bukele, o justiceiro de El Salvador.
Outros governadores podem adotar a mesma tática, que já foi usada por Tarcísio de Freitas. E 2026 é ano de eleição.
Daqui a pouco estarão bombardeando barcos de pescadores.
Moisés Mendes – Porto Alegre (RS)
Capital do narcotráfico
Enquanto o país está envolto em expectativa para saber o desfecho de nossas negociações com os Estados Unidos, na reta final de um ano conturbado, tenso, com julgamentos de militares que atentaram contra a democracia, e às vésperas do início de uma eleição majoritária, o governador do Rio, Claudio Castro (PL), um correligionário de Bolsonaro, resolve orquestrar uma operação que deixou como saldo 64 mortos.
Há civis inocentes e há policiais entre as vítimas, mas o governador parece mais preocupado em passar a ideia de que todo o território brasileiro está conflagrado e dominado pelo terrorismo do tráfico.
Em suas declarações, ao longo do dia, fez questão de passar a ideia de que o governo federal o deixou ao Deus dará, sem apoio, quando o que ele queria é uma ação ilegal, de “leasing” de armas de grosso calibre. Castro solicitou o “empréstimo” pelas Forças Armadas, de blindados e outros equipamentos, a serem manipulados pela sua polícia, o que é ilegal.
Ou ele se dirigia ao ministério da Defesa, solicitando com antecedência uma GLO, ou seu pedido se mostra totalmente fora da lei e de propósitos.
As Forças Armadas, segundo declarações de fontes do Alto Comando, não podem fazer esse tipo de repasse de armas do seu uso específico.
Tudo leva a crer que ao fazer o barulho que Claudio Castro fez, na cidade do Rio, ao longo desse 28 de outubro, sua intenção foi chamar a atenção dos que já viajam com porta-aviões por águas caribenhas, imprimindo terror sobre a Colômbia e a Venezuela.
Ao que parece, sua intenção foi ampliar a ideia lançada por Flávio Bolsonaro, de que era preciso chamar a força dos EUA, para dar cabo de navios na Baía da Guanabara.
Castro demonstra querer ampliar a ideia e criar um quadro para justificar tal ação, ou seja, a de uma intervenção militar estrangeira em nosso solo.
Conspurcar a imagem da cidade vitrine, transformando-a em capital do narcotráfico, é chamar para o colo do governo federal mais esse imbróglio. Exagero? Vai vendo…
Denise Assis – Rio de Janeiro (RJ)
GLO não
Um governador fraco e inexpressivo deflagra uma megaoperação contra o tráfico – ação irrefutável. Num momento em que a extrema direita, com a qual ele se alinha, está sem narrativa, sem voz, sem rumo.
Com o presidente da República fora do país e colhendo louros da conversa com Trump. Presidente que está deflagrando ações supostamente para combater o tráfico na AL.
E com todos os bolsonaristas teoricamente recolhidos ao ostracismo, à irrelevância, comentando somente assuntos idiotas.
Cenário, no mínimo, inquietante.
Sim, a segurança pública é um problema grave no Brasil
Sim, é preciso ter cuidado com a adesão a teorias conspiratórias e tal.
Mas eu acredito nas bruxas. Sei que elas existem e são legais. Os bolsonaristas não são. E depois do 8 de janeiro, nenhuma ingenuidade é possível
Eliara Santana – Minas Gerais (MG)







