Por Júlio Benchimol Pinto
Enquanto o julgamento que pode condenar Bolsonaro a mais de 40 anos se aproxima do fim, seus aliados tentam um truque sujo:
um projeto de anistia que varreria para debaixo do tapete crimes de golpe de Estado, ataques às instituições e até articulações internacionais para pressionar o Judiciário via Donald Trump (!).
Na prática, seria a consagração da impunidade: Bolsonaro voltaria a ser candidato em 2026, Eduardo Bolsonaro ficaria livre de responder por suas aventuras golpistas, e toda a rede de milícias digitais ganharia um salvo-conduto para atacar a democracia outra vez.
Chamam isso de “anistia”. Juridicamente, é autoindulto travestido de lei – um mecanismo inconstitucional e antidemocrático. Politicamente, é o ensaio geral de um segundo golpe.
É revelador que os arquitetos desse monstrengo sejam um punhado de advogados bolsonaristas, “professores da USP” que não assinam o próprio nome e pastores convertendo púlpitos em palanques. Se esse projeto passar, não será apenas perdão: será uma licença para reincidir contra o Estado de Direito.
Não é anistia. É ampla, geral e irrestrita traição à democracia.
🔻 A democracia não é negociável.
Júlio Benchimol Pinto é PHD da Universidade Federal de Brasília