Por Júlio Benchimol Pinto
O deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) – aliado do bolsonarismo, votante fiel do orçamento secreto, da PEC do voto impresso e demais pautas conservadoras – destinou R$ 2,5 milhões em emendas para uma ONG ligada à Conafer, entidade já implicada na “Farra do INSS”, que sangrou aposentados e indígenas.
Resultado? O presidente da ONG comprou um avião do próprio deputado. E o avião logo foi parar no nome de um laranja da periferia de Brasília, que até pouco tempo vivia de auxílio emergencial.
Enquanto isso, no andar de cima, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda – que já declarou querer contar com Bolsonaro em 2026 e cujo partido apoia a anistia ao ex-presidente – aparece citado em investigações da PF sobre jatos usados pelo PCC para transporte de criminosos.
Aeronaves de dezenas de milhões de reais registradas em nome de contadores, empresas de fachada e fundos de investimento de papel.
Do ponto de vista jurídico, o que temos? Fraude a licitação, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Do ponto de vista político, um padrão: deputados e dirigentes que flertam com o bolsonarismo convertendo o Congresso em paraíso da impunidade para engravatados.
E é nesse contexto que tramita a PEC da Blindagem/Impunidade, projeto feito sob medida para blindar esse ecossistema em que emenda vira avião, aposentado vira caixa eletrônico e criminoso engravatado pousa em Brasília como se fosse dono do espaço aéreo.
Júlio Benchimol Pinto é PHD da Universidade Federal de Brasília(UNB)
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