Editado por Simão Zygband
Foram tempos de ódio e destruição. De demonstração de como o ser humano pode ser perverso.
Desde o asqueroso massacre do Hamas a inocentes em Israel, o sangue correu solto e o mundo virou de ponta-cabeça.
Sou defensor dos dois Estados, um israelense e outro palestino. Mesmo sendo a solução mais lógica, mas de difícil elaboração.
O ressentimento existe de lado a lado. Sempre existiu, aliás. Principalmente na cabeça doente dos totalitários como as lideranças de Istael e do Hamas.
A criação dos dois estados, como preconiza inclusive o governo brasileiro através do presidente Lula, só alcançará êxito com a destituição do monstro Benjamin Netanyahu do poder.
Os intolerantes do Hamas já aceitaram deixar o governo.
Extremistas não devem governar, pois levam seus povos ao suicídio ou ao genocídio.
Foi o que aconteceu com o ataque traiçoeiro do Hamas em Israel.
Foi o que fez o sanguinário Benjamin Netanyahu de dizimar o que pode de palestinos.
Todos eles devem enfrentar tribunais de guerra. Que sejam julgados e punidos.
70 mil mortes na Palestina não podem ser em vão.
Nem o massacre de civis israelenses em uma raive e nos kibutz.
Uma tragédia humana…
Simão Zygband – jornalista
Ciclo perverso
Se Trump não tivesse intervido, a guerra insana de Netanyahu e do Hamas continuaria, com ainda mais mortes de palestinos e israelenses.
Sim, ele encurralou Netanyahu e Hamas pela força bélica e econômica. Mas não há o que comemorar depois de tantas mortes de civis palestinos, soldados e civis israelenses.
Todo esse sofrimento não pode ser naturalizado por palestinos e israelenses. Acostumar-se com as guerras e fazer delas um meio de vida, um modo de existência e uma identidade, é doentio. É preciso romper com esse ciclo perverso.
Samira Feldman Marzochi – professora
Gaza Riviera
Até há pouco, Trump postava simulações do que seria sua “Gaza Riviera” e dava total apoio à guerra de Netanyahu. O ponto de virada foi o ataque israelense no Catar, principal aliado dos EUA na região. Percebeu que este governo israelense não é confiável nem para seus aliados.
Trump poderia ter forçado um cessar-fogo há muito tempo. Os verdadeiros heróis da trégua atual são as centenas de milhares de israelenses que ocuparam as ruas insistentemente, pressionando o governo, exigindo a volta dos reféns e o fim da guerra, da matança e da fome em Gaza, numa demonstração de solidariedade e de humanidade emocionante.
Todo o meu respeito!!!
José Marcos Thalemberg – médico
Relativizando sofrimento
“Quem salva uma vida, é como se salvasse o mundo inteiro.”
– Talmude, Sanhedrin 37a (versão rabínica) 
Hoje libertaram os reféns israelenses vivos – 20 almas – depois de tanto suplício. Que mensagem difícil de digerir: nosso mundo perdeu tanto tempo relativizando sofrimento, calculando “custos” e “vantagens ideológicas” enquanto pessoas morriam, esperavam, sangravam.
Vi poucos – quase nenhum – dos meus amigos da esquerda celebrando essa libertação. Alguns ficaram em silêncio, outros viraram o rosto. Por quê? Porque para muitos, ideologias ainda pesam mais que corpos concretos. É chocante admitir: a ideologia só funciona bem quando abstraída, geral, “macro”. Mas na pele – fome, dor, sequestro, morte – ela falha miseravelmente.
Essa frase rabínica é nossa lâmpada num poço de escuridão: uma vida importa tanto quanto um mundo. A vida concreta, o ser humano aqui e agora, vale todo o mundo. Vale mais, se for preciso.
Então aqui vai meu gesto pequeno: de gratidão aos que voltaram, de luto pelos que não voltaram, de cobrança para que cada vida humana deixe de ser “terceirizada” em debates teóricos.
Se a ideologia exige abstração – que se abstraia, mas nunca sobre nosso aplauso ou nossa indignação diante do que é humano e imediato.
E você – que também está aqui – se emociona ou se cala? Que este instante (tão raro) nos lembre: é no concreto que a moral se prova, não nos gestos simbólicos da retórica.
Júlio Benchimol Pinto – advogado