Chargistas e criador reagem à deturpação da imagem do símbolo da vacinação nacional
Por Adriana do Amaral
Ação e reação. Bastou o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva perguntar “cadê o Zé Gotinha”, durante entrevista coletiva concedida na quinta-feira (11), para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicarem em suas conta do #twitter uma nova versão do símbolo da vacinação brasileira. Nela, #ZéGotinha segura uma seringa gigante como se fosse uma metralhadora. O texto diz: Nossa arma agora é a vacina.
Internautas, chargistas e políticos reagiram como se dissessem: com o Zé Gotinha ninguém mexe. O próprio criador do símbolo, o artista plástico Darlan Rosa, em entrevista à imprensa, resumiu “imagem terrível”.
A família Bolsonaro, indiretamente, sugere o poder, o medo, um conceito combatido no passado quando a vacinação era para promover a vida e não a morte. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o artista plástico confessou estar desassogado.
“É tudo o que eu não penso” (referindo-se à alusão ao armamento). Também, que Zé Gotinha foi concebido como um personagem educativo.
“Não tem nada de educativo numa arma”
Darlan Rosa
O uso equivocado da imagem do Zé Gotinha foi noticiada pela mídia nacional e internacional. Não é a primeira vez que a imagem do personagem gera polêmica.
Em dezembro passado, durante cerimônia no Palácio do Planalto, o ator personificado como Zé Gotinha não apertou a mão do presidente, mas fez um sinal de positivo. Na época, o distanciamento social, o uso de máscaras e até mesmo a importância da vacina era questionado enfaticamente por Bolsonaro.
Nós, editores do #ConstruirResistência, defendemos o desarmamento e não compactuamos com o uso indevido da imagem do Zé Gotinha. Vacina gera vidas, não morte. Exigimos menos polêmicas, menos publicidade e mais efetividade.
#vacinapeloSUS