Por Virgilio Almansur
Acostumado à hierarquia até pra limpar a bunda, senão fica sujo, sem conseguir olhar na horizontal e perscrutar o horizonte, enfurnado que está, lá se foi um milico tomar conta de nossa Biblioteca Nacional.
De investida em investida, o projeto macambuzio do desgoverno oligofrênico é promover o desmonte de tudo que contar com o nome cultura nos arredores.
Esse arrivismo apareceu explícito na campanha de 2018. Mas tem raízes em comportamentos chulos próprios dos chulos que infestam as forças armadas.
Raro é você encontrar nas armas, quem se disponha ou tenha disposição à cultura. São raros! A maior parte desse conglomerado desnecessário é sempre estúpido e vulgar.
Temos na Folha de São Paulo hoje, o colunista Muniz Sodré. Muniz dirigiu a Biblioteca e ao que se saiba não saiu por aí pilotando um navio. Se escapamos das mareadas, agora sofremos com as distopias inconsequentes que poderão trazer destruição a uma das 10 maiores bibliotecas do mundo.
Esse desgoverno carrega o talibanato na veia. Veio para destruir! Avisou em março/19 que foi eleito para destruir. Mesmo que intransitivamente, encontrou objetos diretos para impor o desmonte da estrutura de bem-estar social e nesses anos, de 19 para cá, assistimos aos desastres diários dessa corja vagabunda.
Interessante que esses amadores até poderiam se restringir ao termo árabe “Talib”, que significa “aquele que pede conhecimento”. Mas não! Carregam nossos talibans (plural em árabe é Tullab, estudantes), o senso da destrutividade, do desmonte e do desrespeito àquilo que verdadeiramente se deve conservar.
Não acreditem quando alguns desses rastaqueras e seus seguidores encherem o papo para se dizerem conservadores. Papo Taliban! Só é conservador aquele que tem o que conservar. No mais, são reacionários, bestializados como as bestas-feras pazzuêlicas irresponsáveis construtoras de quadrilhas.
Quem poderá vigiar o tal marujo, that is the question… O pouco que conseguimos pela via da transparência, foi empurrar, no caso do general, uma diligência para daqui a 100 anos. Os horrores dessa escumalha repleta de tampinhas no peito, na gola e nas mangas, subvertem o republicanismo.
É marca desse desgoverno e sua familicia irresponsável, tramóias pouco republicanas. A própria origem numa AMAN, que serviu a tráficos conexos para muambas desde a fronteira tríplice até Resende, mais a diatribe de inconsequências do mal militar, reformado às pressas mas acolhido no seio das forças armadas, dá bem a dimensão irresponsável de seus superiores e da marca militar como a de chupins crônicos.
Vendo os noticiários dos últimos 15 dias — e estamos quase na metade de março —, 2022 será um ano breve, sequestrado pelas eleições (de campanha intensa) e copa de futebol que reduzirão os verdadeiros 365 dias para menos de 300, se contarmos os “feriados” impostos. Parasitas que são, nossos milicos somaram a seus proventos, os soldos, uma soma em cargos que dificilmente gostarão de abrir mão… O show não pode parar!
Como somos festivos… Não é que teremos dois carnavais?! Um já foi… Mas a criatividade brasileira premiou-nos com um carnaval em abril. Quê maravilha esse país varonil!!! Se não tomarmos cuidado, nem veremos o tempo passar e estaremos em 23 carregando essa turma de tentilhões graúdos.
Esqueci-me do marujo, nosso marinheiro exclusivista do mar e para o mar — mas que pode também ter outro lugar… Salve a marujada que aprendeu atingir dois mundos, como na umbanda, onde sempre alegres passam-se por ébrios, movimentando-se de lá para cá, mas estão é mareados…
O marujo é filho de Yemanjá; como mensageiro da paz faz ritual de purificação com as energias mágicas das águas. Uma esperança, quem sabe, possa o nosso marujo, esquecido que estava na Casa de Rui Barbosa, fomentar descarregos e respeitar os mundos circundantes. E os livros…
Virgilio Almansur é médico, advogado e escritor