The answer my friend está na Primavera Barbie e no identitarismo

Por Luiz Hespanha
Começou a Primavera Barbie na Transilvânia. Os castelos estão em polvorosa em plena luz do dia. A revolução cor de rosa também chegou a Gizeh, no Egito, onde a movimentação nos sarcófagos é grande. Até o Harrison Ford foi chamado para tentar apaziguar os ânimos. E pensar que tudo isso foi provocado pela postagem de Michel Temer no mundo de Barbie.
Depois de tirar a arma de Carlos Bolsonaro, o governo Lula agora quer tirar o velocípede bandeirante do Carluxo. Isso é perseguição. Urgente a formação de uma comissão de parlamentares para ir à sede da ANUS em Rio das Pedras protocolar a denúncia.
A vida de um ex-juiz e futuro ex-senador vai chegar às telonas. O longa “O Marreco Zumbi de Maringá” terá locações no Paraná, Brasília e Langley, Virgínia/USA. As filmagens ainda não começaram porque José Padilha está acertando os últimos detalhes da direção. O VazaJato, digo “LavaJato Movie”, deverá ser estrelado pelo Mario Frias como o Conje e Regina Duarte ou Juliana Paes como a Conja.
Qualquer vitória nas eleições venezuelanas que não seja a da oposição já é considerada fraude a priori pela mídia corporativa. E cá pra nós: eleições na Venezuela sem a reeleição antecipada por tempo indeterminado do presidente Juan Guaidó jamais será uma eleição livre.
Algumas biografias que estão sendo construídas me emocionam. Tente imaginar o que é ser ex-BBB da edição 3023, ter saído no oitavo paredão e ainda ser acusado de assédio, agressão ou estupro? É notoriedade de deixar Beyonce, Putin, Zelensky, Anitta e Barbie com inveja.
Depois das explanações teórico-digitais do General-Senador Mourão sobre Gramsci não há mais impeditivo para o literato verde-oliva conquistar o fardão da ABL. Se o general Aurélio “Adelita” Lyra Tavares e Roberto Marinho chegaram lá, por que não Mourão? Dizem que o imortal Merval Pereira, presidente da ABL, está excitadíssimo com a possibilidade de ter o tonitroante general-senador como colega de linguística, semântica e semiótica.
A troca de adjetivos, substantivos, superlativos e outros aditivos entre Joyce Hasselman e Carla Zambelli superou a também emocionante luta de Regina Duarte contra o anonimato. Não li, não vi, mas estou amando.
Quando você imagina que autossuperação da mediocridade e da estupidez da família AliBaBozo tem limites, Micash reaparece  com a cena do olho de vidro e mostra que é sempre possível ir mais além.
Considerando o “identitarismo” latente de jornalistas que contribuíram com o golpe contra Dilma e com a prisão de Lula, o presidente não tem outra escolha a não ser nomear para o STF, PGR ou mesmo um ministério, alguém que seja obrigatoriamente afro-indígena-descendente, periférico-globalista, gay ou lésbica e colunista da Folha, Uol ou da GloboNews.
Duas cenas emocionaram parlamentares e todos que acompanham pela tevê ou internet a CPMI do Golpe. A primeira foi a das lágrimas do senador Rogério Marinho (PL/RN) em defesa dos direitos humanos e da liberdade de quem participou do terrorismo democrático que atingiu o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto no 8 de janeiro. Outra cena comovente foi a interpretação poético-literária de “Blowin’in the wind”  pelo deputado Marcel van Hatten (NOVO-RS). Mas teve quem não gostou. O técnico de futebol Joel Santana e o deputado Eduardo Suplicy devem entrar juntos com uma ação contra o parlamentar direitista gaúcho.
Vivemos em tempos em que o fundo do poço está sempre mais embaixo e a mediocridade é sempre mais em cima.
Luiz Hespanha é jornalista, escritor, compositor de música popular e corintiano. Ultimamente estuda as raízes antropológicas, autofágicas e antropofágicas do identitarismo a partir do episódio masterchef dos indígenas que saborearam o Bispo Sardinha quando este chegou ao Brasil em 1556. A arte urbana é do Timid e está exposta na rua James Holland na Barra Funda/SP

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