Sobre a eleição da presidenta mexicana

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Da Redação 

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“Eu estou muito feliz com a vitória porque ela representa o meu grande companheiro López Obrador, que fez um governo extraordinário e, portanto, eu acho que o México estará garantido democraticamente ao longo do mandato dela. Estou feliz por ser uma mulher também, feliz porque duas mulheres disputaram e ganhou aquela que representava o lado ideológico mais próximo das pessoas progressistas no mundo”.

Luiz Inácio Lula da Silva – presidente do Brasil 

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Aliados do fascismo

Faltava mais essa. Essa rede que faz sabotagem de qualquer conteúdo antifascista está boicotando textos sobre a vitória de uma mulher na eleição mexicana.
Não pode dizer o nome da eleita, assim como ninguém pode citar o nome da deputada candidata a prefeita de Porto Alegre.
Não pode, na mesma linha, dizer que Carolina Cosse, prefeita de Montevidéu, pode ser eleita presidenta do Uruguai em outubro, se for a candidata da Frente Ampla.
Ninguém pode dizer aqui que as mulheres derrotaram Neymar e Flávio B na tentativa de apropriação de faixas de praias sob proteção ambiental.
Aqui só pode ter coisinhas fofas. A corporações das redes sociais são machistas e aliadas do fascismo.

Moisés Mendes – jornalista

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Mañaneras

O presidente López Obrador, como fez o presidente Lula em 2010, conseguiu eleger sua sucessora. Pela primeira vez, uma mulher, Claudia Sheibaum, de esquerda, progressista (é, gente, tem uma esquerda cirandeira por aí), vai presidir o México e um país da América do Norte. Histórico!
O partido Morena, criado por Obrador em 2011, firmou coligação com o Partido do Trabalho (muito similar ao PT) e conseguiu não só eleger a presidenta, como ter maioria simples na Assembleia e, segundo projeções, certamente fazer 7 dos 9 governadores do país (2 estão com chances de ganhar também). Banquete completo.
No país, o voto não é obrigatório, mas houve uma participação massiva dos eleitores (calcula-se que foram 98 milhões de eleitores). Claudia teve quase 60% dos votos, contra cerca de 30% da rival, apoiada pelas oligarquias de direita. Novamente Obrador derrotou o oligarca PRI, que governou o México por 70 anos.
Assim como Lula em seu segundo mandato, Obrador vai sair da presidência, em outubro, com alta popularidade, quase 70% de aprovação. Uniu o foco nas políticas sociais, como aumento do salário mínimo, com uma comunicação direta, eficaz, dando aos inimigos do povo seu honesto nome: inimigos. Ele criou um canal no Youtube onde divulga suas ações e ideias. Fez Política.
Criou as Mañaneras, programa de comunicação (via rádio e redes sociais) em que todo dia respondia a qualquer pergunta de jornalistas. Não tinha tema tabu. E ali dava aula de história, de política, de sociedade. O que ele disse no dia anterior, a repercussão, a distorção eram respondidas no dia seguinte no programa. Educou o eleitorado, que respondeu a isso nas urnas.
Como disse alguém no tuinto X, é a “velha” e boa política sendo o dique de contenção da extrema-direita, do fascismo na América Latina. Obrador não se furtou a fazer a discussão e o enfrentamento dos temas, não se acovardou, como vemos a esquerda fazer aqui, em que parte do campo progressista só sabe apontar o dedo para o governo com críticas infantis, superficiais, nefelibatas, que não politizam, não mobilizam, não dizem nada para o eleitorado que precisa ser educado politicamente.
É um bando de gente chata, repetitiva, que só olha seu umbigo, é desinformada (não sabe o que acontece no governo, se informa pela mídia golpista sendo um eco dela). Uma linguagem pernóstica, chata, sem humor, sem leveza, razinza, que se recusa a ver a mudança da conjuntura.
É uma pena que Lula tenha optado por não ser o porta-voz de seu próprio governo, como faz Obrador. E que os mexicanos não se deixem enganar pela plutocracia midiática que, em nome do golpismo dos eua, das oligarquias do México, façam o que o Brasil fez com Dilma Rousseff. Que Claudia Sheibaum cumpra seu slogan até o fim do mandato: “Sigamos haciendo historia”!
Ps.: Putin já parabenizou Claudia Sheibaum e disse esperar que o México estreite relações com a Rússia. Fosse ela, pediria para ele treinar os seguranças dela. Tornou-se agora um alvo da bandidagem do crime organizado, dos eua e da oligarquia mexicana. Vai precisar de um esquema de segurança muito forte num país misógino, em que assassinato de políticos é um modus operandi desses grupos no México.

Palas Athena – jornalista 

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