Por Simão Zygband
O (sic) presidente Jair Bolsonaro desembarcou nesta sexta-feira (29), em Roma, capital da Itália, onde participa no fim de semana da Cúpula de Líderes do G20, o grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.
Por ser o único líder de governo que se recusou a tomar vacina contra a Covid-19 e ter uma postura negacionista, o capitão reformado está totalmente isolado e será recebido apenas de maneira protocolar. É considerado um pária internacional.
O único compromisso nesta sexta-feira de Bolsonaro é uma audiência com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Palácio do Quirinal, uma personagem sem poder político ou decisório. Na Itália, cujo sistema de governo é parlamentarista, o presidente é o chefe de Estado. Já a chefia de governo é exercida pelo primeiro-ministro, posto atualmente ocupado por Mario Draghi.
No sábado (30) e domingo (31), o presidente brasileiro participa das atividades do G20, onde deve ter outros encontros bilaterais com autoridades estrangeiras, além de reuniões internas. Nada que relembre o protagonismo do país nos tempos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele foi recebido pelos mais importantes chefes de Estado.
Igreja
Após o encontro do G20, o cronograma de Bolsonaro na Itália inclui viagem até a província de Pádua, onde está prevista uma cerimônia de entrega do título de cidadão honorário do município de Anguillara Veneta, seguida de um almoço oferecido pela prefeita da cidade, Alessandra Buoso. Ela é integrante do partido de direita italiano A Liga. Esta região também é tida como local de origem da família do presidente brasileiro, de onde seu bisavô paterno teria emigrado para o Brasil.
Mas, numa nota emitida, a diocese de Pádua deixa claro que os religiosos não estão dispostos a receber o brasileiro de maneira oficial. Se Bolsonaro quiser entrar na basílica, será na condição de um peregrino como qualquer outro. Para interlocutores locais, tanto o prefeito de Pádua, Sergio Giordano, como o bispo local Claudio Cipolla, deixaram claro que não pretendem receber oficialmente o presidente.
O teólogo Leonardo Boff informou, nas redes sociais, que Jair Bolsonaro não será bem recebido pela Igreja Católica na Itália. “Na cidade de seus antepassados Anguillara Veneta, o bispo não participará do encontro e os franciscanos vão manter a igreja fechada para o criminoso não entrar”, afirmou.
“O prefeito Sergio Giordani fez saber que está fora por compromissos assumidos e não pode recebê-lo”, continua Boff em postagem no Twitter. Sergio Giordani é prefeito de Pádua. Anguillara Veneta é uma comuna da província.
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Orgulho de ser cidadão italiano e da Igreja Católica.