Do G1 SC
Um dos presos já tinha condenação por crime contra vida contra judeus. Todos os oito presos respondem por racismo e associação criminosa.
Os oito homens que foram flagrados em um encontro neonazista em Santa Catarina em novembro de 2023 seguem presos. Acusados de integrar uma célula interestadual e que tem elo com grupos internacionais, eles estavam reunidos em um sítio na cidade de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, onde participavam de um encontro anual.
Segundo a Polícia Civil, em nota nesta segunda-feira (3), todos eles seguem presos preventivamente e aguardam julgamento. Um dos acusados teve o pedido de liberdade negado pela Justiça em março.
A reportagem do g1 SC tentou contato com o advogado dos homens nesta segunda e aguardava retorno até a última atualização do texto. Ao Fantástico, Luís Eduardo de Quadros afirmou que os acusados são “apenas um grupo de amigos que têm gostos em comum por histórias, geopolítica, futebol”.
Outros dois homens que também estavam no encontro, mas que deixaram o local no dia anterior à operação policial, foram presos na última semana, em 29 de março, em Porto Alegre.
Laureano Vieira Toscani

Laureano foi condenado por tentativa de homicídio após atacar três judeus em Porto Alegre, em 2005. Ele cumpria a pena pelo crime em liberdade e era monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele usava o equipamento no momento da prisão.
Segundo Fantástico, em 2007 teria ofendido duas pessoas negras em Porto Alegre. Ele foi preso em flagrante, mas pode responder em liberdade. Ele também foi réu pela tentativa de homicídio de um segurança negro em 2009. No mesmo ano, ele foi indicado por tráfico internacional de drogas.
Saiuri Reolon
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Saiuri Reolon é de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O empresário do setor têxtil tem antecedentes criminais por lesão corporal, ameaça e homofobia.
João Guilherme Correa
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João Guilherme Correa é personal trainer. Do Paraná, foi denunciado por duplo homicídio decorrente de uma disputa entre lideranças de células neonazistas na região metropolitana de Curitiba. Após 14 anos, o caso ainda não foi julgado.
Segundo o Fantástico, Correa também tem tatuagens com símbolos nazistas. Ao longo dos anos, teria se encontrado com outros membros da célula fora do Brasil.
Em 21 de março, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina pedido de liberdade feito pelo advogado dele. De acordo com o juiz Júlio Cesar Machado Ferreira de Melo, a prisão deverá ser mantida pela “necessidade de se resguardar a ordem pública, haja vista a gravidade das condutas imputadas”.
Gustavo Humberto Byk
Gustavo Humberto Byk é de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele tem passagem pela polícia por preconceito religioso.
Julio Cezar de Souza Flores Junior
Julio Cezar de Souza Flores Junior era vigilante. No Rio Grande do Sul tem passagens policiais por receptação e porte de arma de fogo.
Igor Alves Vilaca Padilha
Igor Alves Vilaca Padilha é mineiro e engenheiro. No nome dele tem registrada uma empresa prestadora de serviços contábeis.
Miguel Angelo Gaspar Pacheco
De Portugal, Miguel Angelo Gaspar Pacheco também é empresário com atuação em São José, na Grande Florianópolis. De acordo com o Fantástico, ele é um dos líderes do grupo.
Rafael Romann
Rafael Romann é catarinense, identificado como autônomo e tem uma empresa de comércio varejista registrada no Paraná.
Os oito homens estavam em uma reunião anual de uma célula neonazista em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em 14 de novembro de 2022. De acordo com a Polícia Civil, que já monitorava o grupo, eles escolheram o município por ser a primeira colônia alemã em Santa Catarina, instalada em 1829.
Ao chegarem no sítio em que se reuniam, a polícia encontrou com o grupo revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas.
Um dos detidos, ainda estava com munição. No local, a polícia também apreendeu os eletrônicos que estavam em poder do grupo. De acordo com o Ministério Público, as investigações apontam que o eles agem com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo.