Por Simão Zygband
O “finado” político, João Doria, em quase quatro anos como governador, teve, na minha opinião, um único acerto durante a sua controversa gestão: à sua maneira, lutou pelo confinamento e pela vacinação em massa dos moradores de São Paulo.
Claro que como tudo o que ele fez, tentou levar vantagem durante a pandemia, fazendo marketing pessoal na defesa da vacina. E curiosamente, como tudo o que acontece em nosso país nos últimos anos, que virou o avesso do avesso do avesso, foi punido exatamente pelos seus acertos e não pelos seus erros (que foram muitos).
Precisa ser muito ignorante, como é o tal de Jair, para defender contra vacinas. O atraso na sua aquisição foi responsável pela morte de 400 mil brasileiros, segundo cálculos dos especialistas. O Brasil se transformou em um pária mundial e detém o indesejado recorde de ser o segundo país onde mais morreu gente vitimada pela Covid-19, só ultrapassado pelos EUA, quando o presidente era um outro genocida como o nosso mandatário, o Donald Trump. Apesar de ter 3% da população mundial, o Brasil teve 11% do total de mortos pela Covid no mundo.
Outro ignorante, tal qual o seu chefe, é o representante do Bozonazi em São Paulo, o turista Tarcísio de Freitas. Um sujeito que também defendeu contra a vacina. Não pode ser, em hipótese algumas, o futuro governador paulista. Não por ser carioca e estar morando há apenas 6 meses no estado, mas por ser também um negacionista.
Durante sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), o miliciano do Rio de Janeiro disse que vai acabar com a obrigatoriedade de os servidores estaduais tomarem vacina contra a covid-19. Um absurdo.
“Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.
O fantoche bolsonarista se cerca da médica Nise Yamagushi, a madame Cloroquina, entusiasta e uma das principais defensoras do tratamento precoce no combate ao coronavírus com o uso de cloroquina, pauta defendida pelo genocida Bolsonaro.
A medida é cientificamente comprovada como sendo ineficaz. Tarcísio realizou com ela uma reunião no Hospital das Clínicas em São Paulo. Especula-se que seja convidada para ser secretária da Saúde em um eventual governo do bolsonarista carioca.
Nise teve a coragem de sair candidata a deputada federal por São Paulo, obtendo 36.690 votos, não sendo eleita. Foi repudiada nas urnas por ter querido empurrar cloroquina nos pacientes da Covid, levando milhares deles à morte. Deveria responder na Justiça comum pelos óbitos e estar sujeita a pena de detenção.
Convocada a depor na chamada CPI da Covid no Senado, Nise Yamaguchi terminou indiciada como uma das responsáveis pela mortalidade durante a pandemia.
Ela foi figura chave para mostrar como funcionou o gabinete paralelo do governo extremista na gestão da pandemia, composto por negacionistas que se recusaram a seguir as diretrizes científicas no combate à covid-19.
Esse grupo paralelo que contou com a participação da médica também cogitou mudar a bula da cloroquina, para incluir a covid-19 entre as doenças que poderiam ser tratadas pelo remédio.
Não precisa maiores explicações