Os “idiotas da aldeia”, como os apelidou o filósofo e linguista Umberto Eco, seguem hostilizando e atacando Camila Gutz, a fisioterapeuta pélvica que produziu no TikTok o excelente vídeo sobre como higienizar corretamente o fiofó.
A história está contada por Lorena Barros e Luccas Lucena no “Viva Bem”, hospedado no portal UOL. Reproduzo o link ao pé deste artigo.
É incrível como alguns temas de higiene e saúde se mantêm como tabus e incomodam tanta gente. E um deles é justamente a questão que envolve o “cheiro de bunda” e as afecções do cu.
Tenho um olfato muito apurado. Já entrevistei modelo gatérrima com cheiro de bunda. Já entrevistei deputado galã com cheiro de bunda. Já estive ao lado de artista chique com cheiro de bunda.
Não é preciso ter qualquer relação íntima com uma pessoa para perceber que seu ânus não foi devidamente higienizado. Basta que se levante da cadeira, em um lugar quente, e sobe o eflúvio de fezes vaporizadas.
Alguém vai dizer: “ah, mas é natural”. Sim, natural pode ser, ainda mais para europeus e descendentes com hábitos formados na Idade Média. Mas não é para povos efetivamente civilizados.
Já visitei várias aldeias indígenas. Com uma delas, estive meses. Nunca senti cheiro de bunda. Por quê? Porque se lavam constantemente. E sabem fazê-lo, de forma eficaz e efetiva.
Lembro de uma amiga de jornal, que passou mais de um ano a cortejar um colega do concorrente. Era lindão o sujeito. Até que saíram em uma sexta-feira. Foi programa completo. Na segunda, perguntei, obviamente curioso: “e aí, fulana?” E ela:
– Muito bem vestido, ótimo, malhado, mas na hora do “vamo vê”, aquele cheirinho de cocô lá embaixo. Tirou meu tesão.
O problema, em geral, está associado ao hábito de se pensar que basta lavar malemá na hora do banho. A turma do papel Neve retira um pouco e espalha o resto, como na passagem de massa corrida num canto de parede.
Durante o dia, com o calor natural do corpo, a umidade e a degradação do material orgânico, surge aquela desagradável fonte de odores, capaz de tornar constrangedora uma reunião de diretoria ou uma sessão de dentista.
Tudo é simples. Usou? Lava. Usa água e sabonete. Não é somente do lado de fora. É do lado de dentro também. Tem pregas. Portanto, higienize as fendas do terreno. Depois, seque. Não deixe úmido. Se adotar o costume, é rápido e eficiente.
Quem pratica reduz sensivelmente a chance de sofrer com assaduras, coceiras, infecções e crises de hemorroida. E ajuda muito, também, em sua vida social, afetiva e sexual.
Na Índia, as condições de saneamento básico não são as melhores, mas mesmo nos rincões, eles dão uma espécie de caneca com água para quem vai produzir o Número 2.
Enfim, lavar o cu direito é respeitar o outro. É praticar a empatia. É fazer avançar o rito civilizatório. Se liga!