Por Carlos Eduardo Pestana Magalhães
A rejeição da nova constituição chilena por larga margem de votos – 62% a 39% -, mantendo em vigor a constituição elaborada pelos militares durante a ditadura do Pinochet, mostra a fragilidade da esquerda latino americana mais uma vez.
O atual governante, o socialista presidente Gabriel Boric, eleito com boa margem de votos, e sua coligação de partidos da esquerda, não conseguiram fazer frente a enxurrada de fake news espalhadas durante o processo eletivo. A direita chilena sempre foi muito forte e capaz, usou e abusou das mentiras. O fato de terem quase total controle da grande mídia do país andino facilitou essa manobra bem característica da direita fascista em todo planeta.
Conseguiu reverter as expectativas e convencer o eleitorado que a manutenção da constituição militar, da ditadura, era melhor do que a nova. Perderam os chilenos, de novo. Perderam a chance de terem uma das mais modernas constituições do planeta, de garantirem saúde, educação, aposentaria e outras qualidade de vida garantidas na carta magna, sob administração do governo federal.
Ganharam os bancos, o sistema financeiro internacional, as empresas privadas de saúde, educação, aposentadoria etc. O que aconteceu no Chile, poderá acontecer no brazil se houver um segundo turno. A direita fascista do país, detentora dos meios de comunicação, donas da grande mídia, com muito dinheiro para comprar quem quer que seja, não importa em que esfera da sociedade, fará a mesma coisa.
A derrota da esquerda chilena, associada a tentativa de matar a vice presidenta argentina Cristina K., é mais um sinal de não há cachorro morto nesta história. Se Lula ganhar no primeiro turno a realidade será uma. No segundo turno, caso ganhe, a possibilidade de levar é bem remota, estará amarrado de todos os lados, mais ainda do que está agora.
O genocida num segundo turno tem enormes chances de ganhar, não importa o que se faça para alcançar este objetivo Vale tudo e mais um pouco…
Carlos Eduardo Pestana Magalhães é jornalista e membro da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo