Reinados, Bíblias and Players

Por Luiz Hespanha

Pelo andar da carruagem dourada não se pode duvidar que Artur I e Único Príncipe de Barra de São Miguel das Alagoas e Adj’Indecências exija o retorno e a elevação de AliBaBozo ao cargo de Grão Vizir do Império Golpista que ele gostaria de voltar a comandar. Artur também pode exigir a permanência na Corte Congressual dos Condestáveis Deltan Gizuis e do Conde, digo Conje Maxaxxuxix, sem falar na substituição da estátua de JK em Brasília por outra de Eduardo Cunha. O problema é que, hora dessas, Arturzinho pode dormir Elon Musk e ser acordado às cinco da madruga pela Polícia Federal como Tutu do Mundaú.

Tem um vídeo genial da Série Arquivos Inesquecíveis nas redes. Nele, Délis Ortiz e outros coleguinhas tomam café com AliBaBozo. Decana, ela diz representar os demais e externa sua fé, compromisso com a informação, além de discorrer sobre a relação respeitosa que, todos sabemos, AliBaBozo sempre teve com a imprensa. O vídeo nos priva de um momento sublime que foi a entrega de uma Bíblia ao Esquecível pela repórter. Ao rever o vídeo, Délis vai sentir saudades do tempo em que trazia informações (de Buenos Aires) sobre o governo de Hugo Chavez. Compreensível, afinal a Globo sempre tratou a Venezuela como um quintal da antiga URSS, quase uma Alemanha Oriental sem muro, na América Latina. Fontes que têm o Brasil acima de tudo e Deus em cima de todos, garantem: Délis só queria entregar uma Bíblia pro Maduro e foi impedida pela segurança comuno-ateísta-bolivarianista que, depois, descobrir-se-ia ser um integrante do GSI. Seria um augusto-helenista infiltrado?

As placas tectônicas da geopolítica mundial estão se movendo de uma maneira que pode abalar o planeta e provocar um terremoto nas relações entre o Brasil e o resto do mundo. Analistas de políticas globais e do protagonismo de novas lideranças planetárias dão como certa a entrada triunfal de Deltan Dallagnol no cenário internacional impulsionado pela cassação do seu mandato. As apostas tem deixado Guaidó e Zelensky preocupadíssimos. Eles temem perder poder, visibilidade, money e popularidade junto às grandes potências. Depois daquele Roda Viva, Vera Magalhães não tem mais dúvida: Deltan é player.

Pode soar esdrúxulo, bizarro e escalafobético, mas Volodymyr Zelensky tem a mesma estatura política de Sérgio Moro. Sem o apoio dos EUA/OTAN, Zelensky é um nada. Com o velório (ou seria enterro?) da Lavajato e a perda (quase total) do apoio da Globo, Moro é um igual. E por falar em Zelensky: ele é o Léo Lins da Ucrânia ou Léo Lins é o Zelensky da Bufônia?

Ao ver o Biden andando, ainda que poucos metros, você tem a mesma sensação que eu? Que ele vai cair…E cai? Não tem nada a ver com etarismo, mas quem é o cuidador irresponsável que deixa o Biden andar tanto? Se deixar descer escadas então…É melhor demitir e prender.

A temporada de Damares no Senado não está fácil. Primeiro foi a denúncia que seu ex-funcionário, o terrorista Wellington Macedo, pretendia explodir o aeroporto de Brasília. Agora é o tio, dono do avião onde acharam 290kg de MQ, a Maconha Quadrangular, que dizem ser melhor que a da Lata. Mas, tudo vai passar quando ela virar princesa da Ilha de Marajó, desejo divino revelado, dessa vez sem goiabeira. E por falar em Senado, a quantas andam o mandato do senador-astronauta que os paulistas elegeram com balões de gás, travesseiros e louvores?

A disputa do Grande Prêmio Jurídico-Marquetológico está acirradíssima. Vai ser difícil decidir entre o copia, cola e some da juíza Gabriela Hardt; o conjunto da obra do TRF4; o jurisconsultês sucupirano de Augusto Aras e Dona Lindôra; e as considerações jurídicos-bolsominianas de Kássio com K e do Mendonça com I de implante. Depois da acusação da 1ª Vara Federal de Florianópolis de ter forjado o depoimento de uma testemunha da “Operação Ouvidos Moucos” (aquela que resultou no suicídio do reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier), a delegada federal Erika Marena teria desistido de concorrer.

Quem do lado eternamento estúpido do bolsonarismo conseguirá superar o senador Magno Malta nos próximos segundos? Damares, Jair Renan, Ricardo Salles, Tarcísio de Freitas, Romeu Zema ou Nikolas Ferreira? Façam suas apostas. Com moeda de companhia telefônica, por favor.

Perguntinha que não para de colocar penas em cocares: a articulação em defesa dos povos originários passa obrigatoriamente pelo Leonardo Di Caprio? De que tribo ele é mesmo? Dos Guaranis Kaiowás de Manhattan ou dos Pataxós Hã-hã-hãe de Beverly Hills?

A solidão é sempre a pior das companhias, mais ainda para quem brilhou na Constelação de Stupidorium e virou desaparecido midiático. Como estariam as cabecinhas analisadas e corpinhos malhados de estrelas como Joyce Hasselmann, Carla Zambelli e Daniel Silveira neste momento de reencontro com o abandono, o ostracismo e com o néctar da própria mediocridade? E o que estariam pensando Mauro Cid Filho, Carluxo e até Gustavo Lima? Não adianta orar para São Christian Dunker. Ele recusará o milagre, talkey?

A pior e mais criticável ação dos primeiros meses do governo Lula é infinitamente melhor do que os anos de Bolsonaro, de Temer e a vida política de ambos desde o primeiro discurso.

Luiz Hespanha é jornalista, escritor, corintiano e compositor de MPB. De sempre em quando ataca de fotógrafo. A foto de sua autoria que ilustra o texto representa, segundo um colega de ofício, copo, cantoria e ócio, a nata do Congresso Nacional. Ah…O dono da jabiraca automotiva não se chama Artur e não tem Lira no sobrenome.

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