Por Guilherme Toledo Barbosa
Em 1941 ocorreu uma grande inundação em Porto Alegre. Cerca de 40% da área urbanizada da cidade, naquela ocasião, ficou embaixo d’água.
O Guaíba chegou ao nível de 4,31m. Sob a liderança do antigo Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), e com a participação de engenheiros alemães, aconteceram estudos de várias hipóteses para a proteção da Capital gaúcha.
Ficou decidida a configuração atual do sistema com cerca de 60 km de diques, um muro com 3 m de altura no região junto ao centro da cidade, com 2,6 km e 23 casas de bomba.
A cota da parte superior dos diques e do muro, é de 6 metros; ou seja, até esta altura não haveria inundação em grande parte de Porto Alegre.
Em setembro de 2023, tivemos muita chuva no Estado do Rio Grande do Sul e o Sistema de Proteção precisou ser acionado para a cidade não ser inundada. Esta precipitação foi menor que a
ocorrida em 2021. Ao acionar os portões e casas de bomba, foram constatados vários problemas.
Agora em maio de 2024, a precipitação pluviométrica ultrapassou aquela de 1941 e o nível do Guaíba chegou a 5,33 m. Ao se acionar novamente o Sistema, verificou-se que os problemas ocorridos no ano passado não tinham sido corrigidos e outros surgiram. Trágico resultado: o centro da cidade e vários outros bairros próximo ficaram, e ainda continuam, inundados.
Tomamos ciência, então, que a administração do prefeito Sebastião Melo, assim como a do seu antecessor, Nelson Marchezan Júnior, não fizeram manuntenção nos equipamentos que protegeriam a cidade!
Ambos neoliberais, negacionistas dos problemas climáticos, seguidores do ex-presidente inelegível, pensando em privatizar o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE) que sempre prestou um ótimo serviço à comunidade.
Como o Guaíba começou a baixar depois que as chuvas cessaram, era possível abrir um dos portões.
Qual não foi a surpresa da população ao ver o portão ser derrubado, ser praticamente destruído, quando deveria correr nos seus trilhos!
O senhor Melo criou um gravíssimo problema ao não realizar as manutenções necessárias e, em seguida, cria um segundo problema ao destruir parte fundamental do Sistema de Proteção contra as Inundações!
Guilherme Toledo Barbosa é ex -diretor geral do DMAE, Ex-Secretário de Obras e Ex-Vereador de Porto Alegre
20/05/2024