Construir Resistência
Ricardo barros

Por que Ricardo Barros não vai ser investigado?

Por Alceu Castilho 

“As pessoas que estão ali estão de cara limpa”, dizia no domingo um certo deputado federal. “Não estão encapuzadas”, argumentava ele na CNN. “Porque acham que a eleição foi roubada”.

Aí leio que a Procuradoria-Geral da República acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que investigue três deputados federais, acusados de incentivar o terror em Brasília.

Vejo os nomes.

1) André Fernandes (PL-CE)
2) Clarissa Tércio (PP-PE)
3) Sílvia Waiãpi (PL-AP)

Olho de novo os nomes e procuro o deputado mencionado no primeiro parágrafo. Nada. Olho de novo. Penso: não é possível. Esqueceram-se dele? Como assim?

Mas de fato ele não está na lista.

Vejam, não tenho nada a favor de Fernandes nem de Clarissa, muito bem que eles estejam ali e que sejam investigados, cassados, presos. Que sirvam como exemplo.

E também não tenho nada a favor de Sílvia. Salvo o fato de que sua etnia, Waiãpi, é mais uma que sofre com as ameaças de madeireiros e garimpeiros na Amazônia.

(Sim, ela é uma deputada bolsonarista, uma oportunista, uma traidora. Mas não deixa de ser significativo que uma indígena esteja entre os três únicos denunciados pelo terror.)

***
O nome do deputado esquecido é o do paranaense Ricardo Barros (PP). Ele foi prefeito de Maringá, foi ministro da Saúde durante o governo golpista de Michel Temer.

E, principalmente, foi líder do governo Bolsonaro.

Ele é suspeito de se beneficiar em esquema de desvio de dinheiro de vacina durante a pandemia. E foi líder do governo Bolsonaro.

Ele foi acusado por empreiteiros de receber propinas milionárias. E foi líder do governo Bolsonaro.

Considera as leis do trabalho “extremamente condescendentes com o trabalhador”. E foi líder do governo Bolsonaro.

*****
Por que Ricardo José Magalhães Barros não vai ser investigado pelo STF por apoiar o terror?

 

Alceu Castilho é jornalista e diretor do site De Olho nos Ruralistas

 

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