Por Adriana do Amaral
Nessa quinta-feira, ultimo dia do mês de setembro, um senador da República Federativa do Brasil mereceu a atenção da sociedade internacional e usou o seu momento de fala para desabafar. Quem ouviu, e tem um pouco de humanidade na veia, se emocionou. Os outros, aqueles que adoram criticar a vida alheia ou não têm coragem de sair do armário ou aceitar a escolha mesmo nas próprias famílias se horrorizaram.
O discurso do senador #FabianoContarato (RedeES) emocionou-me. Sobretudo indignou-me. Isso, porque ainda temos de conviver com a homofobia e demais crimes contra a comunidade #LGBTQIA+ em pleno século 21!

Eu sempre repito: involuimos como sociedade. Apesar de o atual governo ter acirrado a retórica anti-direitos e aguçado a violência contra todxs aquelxs que não são espelho, narcisicamente falando, sinto ter de admitir que resta muito ódio preconceituoso entre os brasileiros. E não apenas entre os 30% bolsonaristas, mas religiosos dos diferentes cultos, ateus e até mesmo entre as próprias minorias.
Semana passada, o relato de uma amiga doeu na minha carne. Um adolescente, classe média alta, em sua inocência e empoderamento juvenil, reuniu os pais para declarar-se “gay” e que queria apresentar o namorado à família. A mãe chorou, o pai trancou o filho único na quarto e o espancou.
Outra amiga, a mulher travesti #LauraPrevatto revela que a agressão começa pela família e é replicada sociedade afora… Eu me pergunto: por que a identidade de gênero e a sexualidade alheia incomoda tanto?
A lição a ser aprendida foi dada em pleno #CongressoFederal
Imagem: Reprodução
O discurso do senador Fabiano Contarato foi aplaudido pelos pares, compartilhado nas mídias sociais e hegemônica. mas sabemos que as críticas também foram grandes, embora os argumentos usados por ele serem incontestáveis. Inclusive, geraram reação legal, com abertura de inquérito. Afinal, homofobia e transfobia são crimes no Brasil (Lei 7716/89).
O senador, convidado para sentar-se na cadeira da Presidência e usar o microfone ilustrou sua fala com a postagem no #Twitter do empresário #OtávioFakhoury, que estava sendo ouvido na #CPIdaCovid. E o fez muito bem.
“Eu aprendi que a orientação sexual, a cor da pele, o poder aquisitivo não definem o caráter. Se o senhor faz isso com um Senador da República!…”
“Eu não consigo entender o que um ser humano … Qual a mensagem que o senhor vai deixar para os seus filhos… Qual o conceito de moralidade do senhor? … Dinheiro não compra caráter… ”
Estendendo a questão da discriminação para as pessoas negras, as mulheres, os idosos, ressaltou que a família do empresário “não é melhor do que a minha”. Fabiano Contarato é casado e tem dois filhos e ficou conhecido por ser o primeiro senador a assumir a sua homossexualidade. Com a voz embargada, emocionado que estava, ele disse o que tem de ser dito.
“O mínimo que o senhor teria de fazer é pedir desculpas para toda a população lgbtqia+”. É claro, o empresário pediu desculpas e disse que havia brincado. E, como é comum soltou a frase: eu tenho amigos…
Este é o problema: não se brinca com a vida, com as relações, com as emoções alheias.
Vamos abolir toda e qualquer forma de discriminação. Tolerância zero para racismo, machismo, homofobia, transfobia, intolerâncias e violências de qualquer espécie.
Imagem: Reprodução
Confira o discurso:
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Muito boa análise.
“O mínimo que o senhor teria de fazer é pedir desculpas para toda a população lgbtqia+”