Com registros feitos por pesquisadores, região se torna prioritária para a conservação da onça-pintada na Mata atlântica
Por Natasha Olsen da Ciclovivo
Com a descoberta, a área de ocupação da onça-pintada na Mata Atlântica foi ampliada em 9%. Considerando a Serra do Mar, esta ocupação subiu para 46,9%, o que torna a região a maior área de prioritária para a conservação da espécie no bioma brasileiro.
A descoberta é ainda mais relevante pela presença confirmada de machos e fêmeas, indicando a existência de uma população de onças com potencial reprodutivo.
“Os indivíduos que registramos estão em uma área florestal extensa e de difícil acesso. Por isso, a ausência de registros de onça-pintada nos últimos 20 anos pode ser resultado da falta de levantamentos, ao invés de refletir a ausência da espécie necessariamente. Investimos na investigação e tivemos esses importantes registros, que mudam o olhar sobre a política de conservação da espécie em nível nacional e local, atestando a importância da região e da sua proteção”, conta Roberto Fusco, Doutor em Ecologia e Conservação e pesquisador e coordenador técnico do Programa.
Fusco explica que esses animais foram pressionados para áreas montanhosas e de difícil acesso principalmente por conta da caça, desmatamento e extração de palmito. “As onças-pintadas, assim como outras espécies de grandes mamíferos, são as que mais sofrem, direta e indiretamente, com a fragmentação das florestas e a pressão de caça porque dependem de áreas extensas e saudáveis para sobreviver. Na Serra do Mar, esses animais encontraram refúgio em áreas montanhosas, mais remotas e com difícil acesso para humanos, fator que talvez tenha contribuído para que esses felinos ficassem tanto tempo sem ser registrados”, diz.
Matéria publicada originalmente no link abaixo do Ciclovivo