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Crédito: arquivo pessoal

Pesquisas para presidente: Lula lidera em todas e Moro joga Ciro e Doria para a rabeira

Por Simão Pedro Chiovetti

As pesquisas divulgadas nos últimos dias e que foram feitas de maneira presencial dão ampla margem a #Lula (PT): #Datafolha, antigo #Ipespe e #VoxPopuli. Excetuando a da #ParanáPesquisa, instituto que tem um passado obscuro em termos de resultados. As que são feitos por telefone, menos efetiva, como a da #PoderData e revista #Exame, dão uma diferença de quase 10 pontos percentuais entre Lula e Bolsonaro, prejudicando Lula, é claro. Exceção para a do #Ipespe que é feita por telefone mas destaca a liderança de Lula.
Agora que Sérgio Moro se filiou à outro partido, o #Podemos – sim, ele estava do partido da Lava Jato – e entrou na disputa, as pesquisas estão apontando que ele segurou Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT), porém dependendo da pesquisa, tudo fica dentro da margem de erro. Moro tem chances de ser competitivo, isso se Ciro desidratar de vez ou desistir e ele herdar totalmente as intenções dos ciristas, mas isso não é factível, pois parte de suas intenções de voto vão para Bolsonaro e para Lula ou fica na turma dos indecisos.
Para mim, essa candidatura tá com cheiro de ser estratégia à lá Marina Silva (em 2018 ela desidratou até terminar com 1%) pra poder garantir um 2º turno e depois fechar com Bolsonaro. Pelo discurso inicial preparado, vai bater na velha tecla de aliar PT à corrupção, pois isso ainda tem algum apelo em parte do eleitorado não lulista. A entrada de Moro e a simpatia que ele desperta na direita, vide Rede Globo, também joga a candidatura do João Dória (PSDB) mais para baixo, na casa dos 2% ou 3%.
Nosso país está derretendo econômica e socialmente e nesse cenário Lula tem sido um referencial fundamental de esperanças. As pesquisas lhe dão entre 42% a 45% das intenções de votos. Seus posicionamentos certeiros contra a atual desgraceira tem ressonância principalmente entre os pobres. A viagem dele à Europa foi importante e acena para uma certa classe média ainda reticente com sua figura. A comparação entre o tratamento que recebeu de chefe-de-estado dos governantes europeus e a tosca presença de Bolsonaro naquele continente ficou evidente.
Bolsonaro, por sua vez, tem visto sua desaprovação aumentar. Joga as últimas cartadas no populista programa Auxílio Brasil que acabou com o exitoso e imprescindível Bolsa Família. A máquina de propaganda governamental está fazendo investimentos pesados em publicidade. Evidente que é um programa muito falho e de duração de 1 ano, que deixa fora 29 milhões de famílias pobres. Com Dória na campanha, tem tudo também para reeditar o BolsoDória, esquema de ataques ao PT e Lula objetivando estimular de novo o “antipetismo”.
Diante deste cenário, nós das esquerdas partidárias e dos movimentos sociais, temos que nos posicionar fortemente contra as políticas excludentes e violentas de Bolsonaro e seu ministro da crise econômica Paulo Guedes. Sérgio Moro, nesse esquema, também tem que ser responsabilizado pelas crises econômica, social, política e ambiental, pois foi ele o autor dessa situação, quando alimentou os golpes de 2016 (deposição de Dilma) e 2018 (prisão e proibição de Lula se candidatar) e elegeu o verme que está na presidência.
O ataque à Democracia, a retirada de direitos constitucionais, as políticas econômicas neoliberais que desempregaram milhões de pessoas e confiscaram a renda dos trabalhadores e classes médias, a corrupção que graça nas relações com o Centrão, a entrega ou privatização do patrimônio público, a degradação ambiental tem o seu DNA. Moro deveria estar preso pelos crimes que cometeu – já reconhecidos pelo STF quando este o julgou suspeito – e não disputando uma eleição.
Simão Pedro Chiovetti é sociólogo, ex-deputado estadual por três mandatos e ex-Secretário de Serviços de São Paulo na gestão Haddad. Hoje, Secretário de Movimentos Sociais e Setoriais do PT/SP

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