Construir Resistência
Foto: Arquivo pessoal

Perigo no ar

Por Virgilio Almansur

Semana repleta de indicadores, fora indícios os mais abjetos, o desgoverno não perde tempo e se mantém como em 17 e 18 (quando incerto “candidato” andou pelo interior brasileiro para uma campanha insidiosa, que poucos observaram…) percorrendo os rincões do Brasil e entremeando com motociatas, nas maiores capitais, com a mesma postura de angariar votos carregando a máquina governamental. A ordem interna é a blindagem, venha de onde vier, haja vista a iminência de alguns sinais que começaram a aparecer; um deles vem do “acaso” eventual, prestado por um “delator” e seu irmão funcionário do MS — e que estarão na CPI da próxima sexta-feira.

Outro sinal vem dos diversos artigos que se valem de fontes seguras de dentro dos quartéis; parte destes se revelam, em sua maioria, irmanados ao milicianato, embora existam segmentos do oficialato que começam a reagir frente às desídias intermináveis de um de seus representantes e que ganha péssima reputação além das fronteiras. Não por acaso, tais elementos constantes nos discursos do desgoverno, têm amparo na ideologia assassina do ídolo de generais, como o vice-presidente, a figura nefasta do torturador Ustra.

Algumas evidências têm surgido para que coloquemos a barba de molho, até porque no jogo do poder, e por ele, não haverá tantas mudanças. Os primeiros sinais apareceram dentro do partido que abrigou a escória do reacionarismo. Ali se iniciaram defecções, surgidas ao pé do desgoverno, que foram se revelando — pelo menos algumas— bastante críticas ao status quo. Arrependidos? Quem sabe… Mas sem jamais perderem o viés da violência visceral que tanto os notabilizaram, continuam buscando espaços.

Em segundo lugar, atestamos os contratempos no núcleo do governo e o aparecimento de sinais buliçosos, apontando para algumas cotoveladas, e, agora, mais recente, joelhadas. A pandemia aflorou uma enorme contradição para as forças idiotizadas, que parecem ter suas marinha e aeronáutica, como simples apêndices do inglório exército. Sustando-se alguns movimentos de insatisfação, vieram socorros genéricos de perfil vergonhoso a contemplar militares desde a reforma previdenciária especial até hoje; agora há pouco, então, com soldos privilegiadíssimos. Mesmo assim, a presença de um general tuitando diariamente, e homenageando um ex juiz parcial, porque suspeito, mais parcial ainda pela incompetência instalada, revela que as medalhas oferecidas não se perdem… Em que pese ter a 13a.VF de Curitiba se transformado num escritório do crime; e organizado…

No entanto, considero como uma terceira via de suspeição ou sustentação para os movimentos atuais, aqueles que veêm da rede de televisão que costuma emular progressismo, farsescamente. No seu morde e assopra, poupando sempre o BTGuedes, poupa também o vice; este também conta com o exorcismo do juizeco, incensado grandiloquentemente no JG último com exposição de mais de 5’. Minha fonte de lá foi explícita: “… trabalhamos com a perspectiva de uma terceira via, caso não se consiga impedir o aventureiro; pedra de toque continua sendo a moropatia que contaminou muita gente aqui dentro, à direita e à esquerda…”

Pois é… Pude perceber que nessa outra aventura, o vice chamaria o ex ministro pra voltar a ministro, caso houvesse impedimento (dificílimo!!!) do ex tenente alçado a capitão sob os humores da justiça militar. Ora! Há ainda a percepção de sobrevida aos milicos no poder com o terreno preparado para o vice — acompanhado do ex ministro da justiça que sorve criminosamente em Washington na esteira da mesma Odebrecht que ajudou depenar. Suspeito, deveria ter suas contas auditadas. O arranjo militar conta com civis de muitas matizes. Um perigo que nos ronda há muito…

 

Virgilio Almansur é médico, advogado e escritor.

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