Por Roberto Garcia
Fenômeno interessante, hoje. O general pazu disse que não pode ir à audiência da cpi que, entre outras coisas, analisa o desempenho dele à frente do ministério da saúde. Alegou que tinha tido contato com gente contaminada pelo virus e por isso não podia ir.
Uma senadora estranhou. No fim de semana o general foi fotografado num shopping de Brasilia, sem máscara, muito despreocupado.
Ele esteve longas horas no palácio do planalto, recebendo treinamento para poder responder às perguntas incômodas que já se espera que ele vá ter que enfrentar na cpi. Mas dizem que nesse treinamento ele ficou preocupado. Achou que ia ser massacrado com perguntas que se respondesse sinceramente ia ficar desmoralizado.
Não só ele está preoocupado. Pazu é general da ativa. Estava no ministério representando o exército. Seu desempenho foi desastroso. Agora, na cpi, encheria de vergonha a sua corporação.
Outro dia, um dos generais colegas dele, que trabalha para jair messias no planalto, disse a pazu “você ferrou o exército”.
Esse não é o primeiro sinal de preocupação das forças armadas. Foram avisadas, meses atrás, que o claro apoio delas ao capitão jair messias não ia dar certo.
Quando pazu aceitou ser ministro da saúde, sabendo que não tinha a menor qualificação para o cargo, achou que ia ser uma festa. Ninguém ia ter coragem de confronta-lo. Afinal, é um general. Ele e jaiir messias iam tirar de letra. A tal da epidemia ia passar logo, esse bando de médicos dizendo que pandemia é coisa séria não sabia nada. Uns exagerados, certamente esquerdistas.
O clima de festa ficou ainda mais escancarado quando ele começou a afastar médico de cargos chaves do ministério e a nomear coleguinhas militares para preencher as vagas.
Em plena pandemia, estavam brincando, achando que ia dar em nada. podiam deitar e rolar, dobrando os salários, posando de importantes.
As mortes foram aumentando. Quando estavam perto dos 400 mil eles acordaram. Perceberam que tinham errado. Foram irresponsáveis. O que fizeram foi um crime. Emporcalharam o exército.
Agora, o general machão aparentemente sujou as calças. Está com medo de enfrentar a cpi. Descobriu que não tem resposta decente para o questionamento que vai sofrer.
General tenta fugir da raia. No mínimo é embaraçoso. Os que olham de fora dizem que isso é uma vergonha.
Pazu pode sair dessa com um processo criminal. Alguns assessores dele, gente do próprio palácio do planalto, andam com medo de que alguém vai sair dessa algemado. De camburão.
Pode ser pavor sem razão. O governo tem muitos recursos, ainda tem aliados no congresso. Sabe que se distribuir mais verbas, mas cargos para os parentes de deputados e de senadores a pressão diminui. Podem dar uma aliviada. Fazer uns discursos fortes, terminar em pizza. Muita cpi termina assim.
E além disso que tem juiz que quer promoção. Para tribunal de prestígio, até no supremo tribunal. esses juízes podem providenciar várias saídas pra livrar a cara de todos.
Mas tem gente que não confia num fim tão leve, que pazu e os militares possam sair de fininho, livres, enfim.
Roberto Garcia é jornalista.