1º Encontro Nacional de Parlamentares Afro Perseguid@s aconteceu em São Paulo e reuniu deputados estaduais e vereadores neste sábado (28)
O vereador de Embu das Artes – SP, Abidan Henrique (PSB), em parceria com a Educafro, entidade que trabalha pela inclusão de negros e pobres em universidades, e diversos parlamentares pretos e pretas, realizaram neste sábado (28), na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), em São Paulo, o 1º Encontro Nacional de Parlamentares Afro Perseguid@s.
“Quem luta pelo certo está sendo perseguido, mas, quem caminha pelo outro lado, sai ileso no final. Como um homem preto, periférico e pobre, vou seguir nesta batalha para dar voz e representatividade, principalmente, para aqueles que não têm oportunidade de estar numa câmara municipal”, disse Abidan Henrique.
Participaram do evento as deputadas estaduais Renata Souza (PSOL-RJ) e Monica Seixas (PSOL-SP), e os vereadores Renato Freitas (PT-Curitiba), Duda Hidalgo (PT-Ribeirão Preto), Daiana dos Santos (PCdoB-RS), Marlina Oliveira (PT-SC), Cesar Brisolara (PSB-Pelotas) e Thais Ferreira (PSOL-RJ). Todos vítimas recentes de perseguição política. O objetivo do evento foi discutir os casos contra políticos pretos e pretas, que têm sofrido ataques e ameaças de cassação por parte de colegas de plenário ao redor do país.
O Frei Davi Santos, Diretor Executivo da Educafro Brasil, enfatizou que “o parlamentar negro é um solitário no espaço do poder, não podemos permitir que ele seja triturado e massacrado. Então, esse espaço é uma tentativa de dar ao nosso irmão parlamentar o aconchego, carinho e apoio para vencermos, juntos, todos os obstáculos”.
Já o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho e a Secretária-Geral do Tribunal Superior Eleitoral, Christine Peter, que também estiveram no ato, destacaram o quanto é necessário falar e agir contra os casos de racismo que estão acontecendo em todo o Brasil.
Monica Seixas (PSOL-SP), que recentemente sofreu racismo e machismo numa sessão na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), questiona, “quem é que vai garantir os nossos mandatos? Como a justiça vai garantir nossos mandatos nesse país racista? Como a justiça eleitoral ainda não está falando desta temática? Não temos garantia de terminar o nosso mandato e, por isso, gostaria de discutir a ausência da justiça eleitoral na preservação do nosso direito democrático”.
Para a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), esse encontro reforça a necessidade de sobrevivência política e física de pretos e pretas parlamentares no Brasil, e traz um elemento novo à coordenação das lutas que serão realizadas daqui para frente. “Essa iniciativa é importante para a democracia brasileira, para ressaltar a representatividade e reconhecimento das instituições. A ameaça ao nosso mandato também é uma ameaça aos movimentos negros e de igualdade de gênero”.
O vereador Renato Freitas (PT-PR), que sofre processo de cassação em Curitiba, em seu discurso, pontuou o quanto o poder não consegue compreender a experiência e o valor político de parlamentares pretos e pretas. “De fato, somos a tábua de salvação da democracia brasileira. Temos a condição de romper as raízes do autoritarismo e do racismo”.
Durante o evento, também foi relembrado o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada, em 2018, no Rio de Janeiro. Segundo os parlamentares, o racismo estrutural ainda é o maior desafio que eles enfrentam atualmente no país.
Resposta de 0
Acho os debates interessantes muito bom para praticar a verdadeira democracia brasileira na vida real enfrentar o rancismo do autoritarismo em nosso sociedade brasileira..