Da Rede Brasil Atual com Redação
O Colégio São José, escola particular situada em Caxias do Sul (RS), cancelou um evento agendado para hoje (13) por razões políticas. O evento contaria com a presença do teólogo e escritor Frei Betto. Essa medida foi tomada após um abaixo-assinado promovido por um grupo de pais e responsáveis pelos estudantes da instituição. Betto é fundador do PT, historicamente ligado à Teologia da Libertação. A informação é da colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo.
O abaixo-assinado, com mais de 2.700 assinaturas, expressa a posição da extrema direita contrária à ideologia cristã. Os signatários afirmam que as obras de Frei Betto são “completamente contrárias aos valores que consideramos importantes e essenciais na educação de nossas crianças”. Betto ministraria uma palestra sobre o combate à fome, em tom de esperança, intitulada “Fomes do Brasil e Esperanças de Futuro”.
Entre os principais argumentos dos pais está a de que o religioso defende o amor a todos, inclusive à população LGBTQIAP+. “Nós, como pais e familiares, nos sentimos totalmente incomodados com o abismo entre os nossos interesses educacionais e tal encontro em local que escolhemos como segunda casa dos nossos filhos”, seguem os extremistas.
De acordo com apuração da colunista, Betto lamentou e disse que “a direita entrou em campo, fez esse manifesto e deram pra trás”.
Proteção
O jornalista gaúcho Moisés Mendes, faz a segiinte análise: “Frei Betto esteve escondido no Rio Grande do Sul durante a ditadura, até ser preso em 1969. Foi protegido pelos jesuítas de São Leopoldo e teve o apoio das irmãs do Colégio São José, de Caxias do Sul.
Agora, o mesmo colégio decide que ele não pode ser recebido para uma palestra que estava marcada para amanhã, depois de ser alertado por um abaixo-assinado contra a sua presença.
A palestra teve de ser transferida para a Universidade de Caxias, a partir das 19h.
O fascismo fomentado pelo bolsonarismo muitas vezes mete mais medo do que no tempo da ditadura”.