Por Luiz Hespanha
As peripécias do senador Marcos do Val (Podemos/ES), autodenominado instrutor da SWAT e homem do setor de “inteligência”, são de matar de raiva o Agente 86 e a agente 99.
Do Val apresentou quatro versões do encontro que teve com Daniel Silveira e Bolsonaro onde teria articulado uma gravação clandestina do ministro Alexandre de Morais para afastá-lo definitivamente do cenário jurídico-eleitoral e impedir a posse de Lula. Mais que autodesmoralizantes, as versões seriam rejeitadas por qualquer roteirista de pastelão de quinta.
Do Val justificou os “roteiros” como sendo uma “operação de inteligência”. Dono de uma clareza helicoidal, ele disse ter feito uma “manipulação de notícias desencontradas para manipular o noticiário”.
O senador teve como parceiros de “operação” o ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado, Daniel Silveira, e o próprio Bolsonaro. Acrescentemos aí “os ausentes que sabiam de tudo”. Cinco pessoas, segundo Do Val. Estariam entre elas os generais Heleno e Braga Neto?
Marcos do Val vendeu pra meio mundo que foi instrutor da SWAT, que é especialista em informação e inteligência, além de querer registrar a marca BOPE para si. Frequentou programas de tevê como um super agente especializado em investigações, imobilizações e sabe-se lá que outras ações. O nobre senador acabou tendo essa “biografia” desmentida de maneira arrasadora pelo jornalista Luiz Carlos Azenha.
Os únicos que confirmaram a história foram três colegas de curso nos EUA: os guardas Belo e Smith disseram (com direito a dublagem), que treinaram com o senador e agente secreto. Segundo ambos, o curso teve poucos inscritos e não contou com as presenças até então dadas como certas do Manda-Chuva, Batatinha, Chuvisco, Zé Colmeia e Catatau.
Quem também admitiu ter sido colega de Do Val foi o Comissário Gordon. Desta vez o curso foi sobre máscaras, guarda-chuvas e maquiagem. O objetivo era analisar o impacto das máscaras do Batman e do Robin, do guarda-chuva do Pinguim e da maquiagem do Coringa no imaginário da população de Gotham City.
Certo mesmo é que a Operação Grampo no Careca deu ao senador Do Val uma visibilidade inimaginável que certamente o levará à TV e provavelmente à Hollywood.
O senador e agente secreto está cotadíssimo para interpretar o motorista do Sargento Pincel no _remake_ de “Os Trapalhões” e, também, para interpretar o oitavo ajudante de ordens do Comandante na série “Loucademia de Pelúcia”, digo Polícia.
Isso se apresentar laudo feito por alguma junta médica, mais detalhado que o apresentado em Brasília, de maneira preventiva segundo o próprio, “para atestar sua sanidade mental”.
Luiz Hespanha é jornalista, escritor, compositor de música popular e autor da foto que acompanha esse texto. Às vezes incorpora um Pedro de Lara por 5 infinitos segundos e interpreta sonhos, como os de Bolsonaro, que anda sonhando com celulares e isto pode significar extradição e/ou prisão.
