Por Simão Zygband
Salvo alguns resistentes (que ainda lhes dão 20% de intenções de votos), já é notório o maior “mérito” do desgoverno do militar reformado: nunca mais o povo esquecerá o que é ter colocado no poder um político desalmado, de extrema-direita, defensor da tortura, que não está nem aí para o sofrimento alheio. Em algum momento ele chegou a dizer que era capitão de artilharia, cuja função era matar e não salvar vidas. Fez o que prometeu.
O desgoverno será, portanto, inesquecível. Entrará para a história como o pior governante que o país já teve. Pesam sobre suas costas mais de 620 mil mortes ocorridas (e que continuam ocorrendo) durante a pandemia, a total ineficiência para tentar controlar a doença, a resistência para vacinar os adultos (e agora as crianças), a falsa divulgação e adoção de medicamentos obsoletos como a cloroquina. Enfim, o desprezo a tão grave questão de saúde pública, que já matava assustadoramente nos Estados Unidos, Europa, Ásia e em diversos lugares do mundo.
Isso é só para ficar na questão da pandemia, pois o desgoverno conseguiu proezas negativas em todas as áreas: a fome voltou a grassar em terras brasileiras, milhares de famílias passaram a viver nas ruas, a pedir ajuda em qualquer farol das grandes e médias cidades, a procurar alimentos no lixo e a fazer fila para conseguir um osso para fazer uma sopa. O desemprego explode, assim como o sub-emprego.
Some-se a isso o descontrole da inflação: ela ultrapassou os 10%, a quarta maior entre as 44 economias do mundo e a mais alta dos últimos seis anos. O litro da gasolina ultrapassa os 7 reais em várias cidades brasileiras, o gás já se aproxima dos 150 reais, o quilo da carne de segunda beira os 50 reais (e 100 reais a de primeira), enfim, um pesadelo diário para um (sic) presidente que disse exatamente que defendia a tortura. É isso que ele é: o torturador de seu povo.
Quando ainda era deputado, o atual (sic) presidente, na sessão do Congresso Nacional que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, fez elogios ao mais sanguinário dos torturadores da ditadura militar, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um sádico que mandava colocar ratos nas vaginas de presas políticas. Quando elas não confessavam aquilo que ele queria ouvir, mandava buscar os filhos pequenos delas para que as crianças assistissem suas mães serem massacradas por seus algozes, violentadas por choques elétricos, socos e pontapés.
Este é o herói do atual (sic) presidente. Ele e seus filhos tiveram a coragem de fazer camisetas com a estampa do rosto do sanguinário e sádico torturador e desfilar com elas pelos corredores do Congresso Nacional. Nunca, na história deste país, independentemente da posição política, tivemos algum governante que se assemelhasse ao elemento que ocupa ilegalmente o poder, que loteou os cargos da administração pública para cooptar os militares para um eventual golpe. Os trata a base de picanha, lagostas, whisky, vinhos de boa qualidade e cervejas importadas.
Nada se assemelha ou assemelhou ao atual mandatário. Um elemento que se esbalda de férias no jet sky enquanto mais de 500 cidades brasileiras ficaram embaixo d’água por causa das chuvas.
Outubro está chegando para enxotá-lo do lugar de onde nunca deveria ter estado.