Por Virgilio Almansur
As reações à postura do tal milico engalanado Gomes Mattos, não surpreendem. Tampouco sua disciplina tatibitate, afinada aos princípios teletubbies de péssimo mau gosto.
Escreveu há dias, o ex ministro Roberto Amaral, acerca da indigência acompanhada da pusilanimidade que carregam esses nefastos sujeitos que maculam a própria carreira, a militar.
Num misto que também carrega indignidade, faz com que a sociedade civil tenha por mister reagir à péssima qualidade desses incompetentes, tornando tal tema inadiável.
Seu texto “Indignidade/indigência militar, um tema inadiável”, faz-se acompanhar da própria noção que acólitos dessa turba, ainda consigam provocar — e provar! — naquilo que assistimos durante a CPI da Covid.
Qual seria o resumo dessa escumalha muito mais afeita ao esgoto? Incompetência, roubalheira e pusilanimidade! Sustentam-se e ficam em guetos, prontos para o bote das oportunidades de feitio miliciano.
Roberto augura e nos remete à régua da História, no que concerne à formação da milicada: “… Era de se esperar — se a lógica fosse a mestra da História — que o ensino e a vida militar (incluindo os cursos no exterior) formassem, na caserna, cidadãos mais ou menos qualificados como os egressos das universidades públicas brasileiras, esta entidade fundamental para nosso desenvolvimento que o atual governo intenta destruir”.
Quanto ao específico discursinho vagabundo daquelas 4 ferraduras, Roberto Amaral avançou na intimidade da formação mobralesca que rege a incompetência.
“Há algo de podre nesse ensino que recebeu esse oficial ainda quase menino, no colégio militar, para hoje nos entregar um general em conflito com o vernáculo e a História, desafeito ao civismo e aos princípios que regem nossa Constituição.”
Ao invés de estrelas, ferraduras… O tosco generaleco é expressão dessa gentalha que ora repete seus auto-esculachos. Mais um pouco teria saído a nini, recém-morto que relinchava mais que seu pangaré.
São covardes os julgadores, talvez analfabetos como esse troncho do STM atual, mas que propiciaram herança nefanda, já que o energúmeno — que não teve sua páscoa mutilada —, demonstra o grau de indigência que o peito reluz em tampinhas.
São covardes aqueles que se assentam no poder e carregam no coldre aquilo que os diferenciam da sociedade civil — e por isso mesmo namoram a ditadura.
Mais covardes os que se locupletam pelo assalto que promovem dando clareza ao espetáculo que assistimos na conjunção empresarial-civil que se mantém noutra perspectiva, também disruptiva.
O balbucio desse recém-alfabetizando é tão desconexo que beira a estupidez! Roberto alude ao estilo tosco de um general no topo da carreira — “retirado da reserva para as benesses da magistratura militar” — para pensarmos quê formação é dada a essa gente… Impõem-se pensar que deva, o nobre milico, ser “muito apreciado pelos colegas”…
O artigo de R. Amaral passeia pelas escaramuças na feitura da anistia, traz à lembrança o Parasar, reproduz algumas torturas e suas sequelas e desaparecimentos, além de nos fazer pensar no custo militar num país pobre e aviltado pela desigualdade cada vez maior.
Na fala do general juiz, fica patente (como gostam das patentes…) sua responsabilidade pela disciplina e hierarquia (um meio que lhes parece ser um fim, cf. Roberto) da tropa. Fala com a boca cheia a estupidificar um compromisso professoral, mas se nega a enxergar o primeiro dever, qual seja, o respeito e obediência às leis!
R. Amaral aponta algo interessante que me faz pensar nas consequências. Se o primeiro dever de obediência é às leis da pátria, “da qual se julgam mães e pais”, lei mesmo inexiste. Numa formação híbrida, quase hermafrodita, com quem nossos soldados se identificam? Quê identidade carregam?
Jamais se desvencilharão da tutela incestuosa; carregam o promíscuo natural; indiferenciados se revelam indistintos e à ordem moral que suscita obediência à Lei, esta, em tempo algum, carregará a noção de que torturar é crime.
Se a sociedade civil assiste a essa mistura, ao entra-e-sai nas hostes do poder, sem as devidas discriminações, mais perto estaremos de uma imposição totalitária e indiscriminada.
Está na origem!
Virgilio Almansur é médico, advogado e escritor.