O miliciano x “Maradona”, lá nos Zestados Zunidos

Não estranhe o título. É assim que o vivendeiro e muitos de seus correligionários pronunciam o nome do lugar que consideram a capital do império ocidental. É o jeito brega, capacho e submisso da direita brasileira.

Na terra do Tio Sam, o elemento começou sua patética saga agindo como um donatário prestando contas ao rei. Como se fosse necessário, e fingindo sinceridade, afirmou que respeitaria as regras eleitorais. Constrangedor até para o anfitrião, o presidente ianque que anda mais preocupado em explicar seu apoio aos neonazistas da Ucrânia.

Aí, veio a Bloomberg, com o texto de Eric Martin, publicado originalmente no sábado, dia 11 de Junho. Ele denuncia que, em uma reunião privada, de quase uma hora de duração, o inominável pereba rogou auxílio de Biden para impedir Lula de alcançar seu terceiro mandato na presidência.

Qual a justificativa do elemento? Segundo ele, o metalúrgico seria um perigo para os interesses dos EUA. Ou seja, a ideia do delinquente não seria garantir qualquer bem para o Brasil, mas apresentar-se como cão sabujo dos poderosos. Mais uma vez.

Essa resenha sinistra ocorreu durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles, onde Biden pretendeu promover um convescote de amiguinhos aduladores. Até que no “futebolzinho” depois da merenda apareceu um “Maradona” para contestar o dono do acampamento.

O presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou que os Zestados Zunidos, mesmo sediando o evento, não têm direito de rejeitar convidados, referindo-se a Cuba, Venezuela e Nicarágua. E também condenou o bloqueio econômico a esses países. Denunciou:

– Definitivamente, queríamos outra Cúpula das Américas. O silêncio dos ausentes nos interpela.

Fernández foi mais longe. Pediu a demissão do infame secretário-geral da OEA, a substituição do presidente do BID, criticou a política exterior dos EUA para a América Latina e sugeriu que Biden crie um cenário de paz na Ucrânia “sem humilhações nem dominação”. Gols de placa!

As conversas do capitão são, no mínimo, curiosas, já que ele comprou a tese trumpiana de que houve fraude generalizada na eleição presidencial norte-americana, vencida justamente por seu interlocutor. O cloroquinista, aliás, foi um dos últimos líderes mundiais a parabenizar Biden pela vitória.

Nisso tudo, a má notícia é que o vetusto líder estadunidense, por conveniência ou falha de caráter, pareceu se dar bem com o colega brasileiro. Conversaram bastante e, após o término da cúpula, na sexta-feira, continuaram o papo (sabe-se lá em qual língua), tocando-se mutuamente em demonstração de intimidade.

Como bem anunciou o senador Randolfe Rodrigues, o comportamento do vivendeiro é motivo de denúncia, processo legal e, sim, impeachment. É atitude de vendilhão traidor. Não esperemos nada, no entanto, porque estamos à mercê de Arthur Lira e Augusto Aras. Temos ainda muito trabalho para restabelecer o respeito à lei e à civilidade no que restou de Pindorama.

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