Construir Resistência
Martelo de Thor

O martelo de Thor

 

 

Por Joelson Pereira Farias

A vida dos humanos antes do desenvolvimento das Ciências nos colocava na situação de ter de aceitar explicações baseadas em mitologia e religião para os fenômenos naturais.

O saber praticado naquele tempo não era qualquer saber, era o saber que é adquirido através de experiências vivenciadas e através do aprimoramento de atividades práticas, como a marcenaria, por exemplo.

O saber empírico da espécie humana é uma exuberância possível apenas para nós, que por sermos dotados de mente super desenvolvida podemos, digamos, manipular o conhecimento e usa-lo de maneira livre, à nossa vontade, o que é impossível à todas as outras espécies que competem conosco na cadeia alimentar do planeta Terra.

Mas as questões com os fenômenos naturais não podem ser resolvidas através deste tipo de saber.

O surgimento da atividade filosófica, maior prodígio da humanidade, possibilitou que buscássemos explicações racionais para os fenômenos naturais.

Este movimento de mentes livres e ávidas por conhecimento, que é exclusivo da nossa espécie, produziu o maior feito da superintelectualidade dos primatas homo sapiens,

a lógica aristotélica.

E por termos produzido este método ultra confiável de estudo, foi possível criar todas as Ciências e as atividades acadêmicas.

Desde então, no transcorrer dos mais de dois milênios que nos separam desta época, as religiões vem combatendo as Ciências, em um movimento de auto preservação da sua própria existência, enquanto as Ciências a cada dia se firmam como fontes seguras e confiáveis na produção de conhecimentos e saberes que garantem a existência da espécie humana.

Por exemplo, vc pode negar a Lei da Evolução das Espécies e Seleção Natural, por motivos religiosos, mas isso não vai impedir o movimento benéfico da verdade elucidada em produzir o bem para a humanidade.

A Lei foi descoberta e descrita por Charles Darwin, sistematizada em forma de Teoria Científica, e se provou verdade em sua aplicação, ao propiciar às Ciências Biomédicas um avanço em produção de conhecimentos, em
um período de cem anos, radicalmente superior àquilo que tinha sido produzido em mais de dois milênios.

Ou seja, pode-se dizer que se nega a lei.

Mas não pode-se deixar de beneficiar-se do conhecimento dela, porque este conhecimento é sustentáculo e alicerce da Biologia, que orienta a prática da medicina, que salva e socorre as vidas humanas.

E como médicos não são necessariamente cientistas, então, podemos inclusive nos dar à excentricidade de conviver com médicos que negam uma lei natural que é necessária para se desenvolver o conhecimento no qual se embasa a sua própria atividade laboral.

Bizarro, excêntrico, mas normal.

Porque a condição de superioridade imperativa, inquestionável, absoluta e irreversível que gozamos nós, humanos, diante de toda a vida animal no planeta, nos garante o luxo de nos deixar guiar por mitos, sem que com isso corramos risco de ser ameaçados enquanto espécie.

Apesar de toda nossa história maravilhosa enquanto espécie, que culminou em sermos nós, Seres Humanos, a sublimação do movimento da Criação e o ápice das obras da Natureza, e de sermos a sua mais sofisticada produção, vivemos a mais desatenciosa consciência deste fato, nos perdendo em loucos devaneios, dando ouvidos aos criadores e mantenedores de mitos.

Ou seja, dando ouvidos aos covardes e descrentes.

Apesar de termos à nossa disposição a segurança de uma magnífica Ciência, ainda teimamos em declarar que é o bater do martelo de Thor que produz os raios e trovões.

 

Joelson Pereira Farias é servidor público, militante de Direitos Humanos, membro do Partido dos Trabalhadores e da Frente Brasil Popular, membro honorário da Comissão de Direitos Humanos OAB Osasco, do Conselho Municipal de Assistência Social – Osasco e da executiva do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente- Osasco

 

 

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