Por Clara Eugenia San Martin
Eu era uma menina de nove anos, atenta a movimentação do mundo e suas belezas. De repente, num 11 de setembro: a minha terra parou.
Faz 48 anos. Em um dia #11desetembro e a vida de meu país, o #Chile, mudou o rumo da “bússola programada”.
Tornamo-nos imigrantes, refugiados, desaparecidos.. Órfãos, e quem sabe o que mais por ordem da desordem da intolerância humana.
Assim como eu, famílias que por gerações estarão sujeitas a tradição da dor e do desterro. Não fomos só os chilenos… Somos todos os humanos vítimas da violência e da falta de respeito por pensar diferente.
Hoje sou do mundo. Brasileira por opção?
E vejo a mesma intolerância, a mesma falta de respeito às ideias distorcidas, a involução… A considerar que o atual inominável atual presidente do meu #Brasil, afirmou em algum momento que o nosso algoz, ditador Pinochet devia ter matado mais.
Quantos mais ? Quantos ditadores ainda elegemos por falta de cuidado com a vida e deixaremos entrar nas vidas das pessoas? Mudaremos quantas bússolas ainda?
Precisamos de educação, de prevenção, de respeito às diferenças no mundo todo. Principalmente amor e respeito a todo tipo de forma de manifestação de vida.
“Em memória à liberdade, por um futuro livre, por estruturas humanas de uma #América e um mundo justo e livre”.
Eu , a menina de nove anos, agora ” velhinha”, não queria ter somente histórias para contar sobre as vidas inocentes que cedo vi partir, com meus olhinhos assustados de criança. Assim como muitas que ainda veem com os olhos do horror as injustiças humanas.
Vamos semear a paz e o respeito:
“Em memória aos meus pais e todas as vitimas da ditadura militar no Chile e no mundo.”
Clara Eugênia San Martin é psicóloga, psicopegagoga e especialista em terapia cognitiva. Uma colecionadora de títulos, curiosa na ciência a serviço da pessoa humana que é. Principalmente, profissional atenta ao outro e que, através da escuta e leitura do mundo, nos faz ver além do hoje e os problemas vividos agora.
Um menina nascida no Chile e que foi obrigada a mudar-se para o Brasil.
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Minha querida amiga Clara: Eles estão em toda a parte: no Chile há 48 anos, no Brasil de 64 e 68. Eles seduzem e fazem milhões de admiradores que lustram suas botas e batem continência…Ha que se ter muito cuidado para não chocarmos o ” ovo da serpente”. Meus sentimentos ao povo chileno e ao nosso pobre povo.