Por Milton Pereira
Depois de 6 anos vem o mea culpa de Merval Pereira ao admitir que Moro sempre perseguiu Lula para ascender politicamente. Isso não me surpreende, pois o cão ladrou e agora, diante do perigo, o medroso foge com o rabo entre as pernas. A ele, Merval, interessa se resguardar da opinião pública, já que está vendo desabar a tempestade de mentiras criadas para prender o ex-presidente e tirá-lo do páreo presidencial em que tinha ampla vantagem no pleito de 2018.
Apesar disso, esse reconhecimento não o isenta da culpa de acusações das quais sabia inverídicas. Ele, Merval, junto com os patrões Marinho e editores de jornalísticos em horário nobre, como Bonner, ajudaram a chocar o ovo que deu origem à serpente que está no executivo. Todos sabiam do veneno poderoso que a víbora possuía, mas mesmo assim apoiaram a implantação do bolsonarismo, coisa que nunca vai chegar a ser ruim, pois o bolsonarismo é muito pior, é o caos social, e tão cruel que em menos de quatro anos fez surgir tudo de mais hediondo que possa existir em uma sociedade.
Gays são perseguidos e, quando não, mortos. Estudantes são caluniados e professores desonrados. Com a Educação difamada, a Cultura foi depreciada e as artes consideradas obsoletas. Pobres, negros e mulheres passaram a ser considerados seres inferiores e a morte destes pouco importa. Índios se transformaram em seres quase humanos e a temporada de caça foi aberta.
Alguém algum dia imaginou famílias separadas por opinião política? Vizinhos, amigos, colegas de trabalho se transformaram em inimigos perigosos pelo mesmo motivo. Pessoas começaram a se matar por divergência política. Religiões diversas passaram a ser atacadas por fanáticos de uma seita que não aceita outro Deus em um país laico.
A Saúde ficou aos cuidados do capeta, que requisitou 700 mil almas inocentes, levadas por outras carregadas de culpa. Milhões de pessoas vivem em extrema pobreza sem ter o que comer. Milhões de enfermos estão sem medicamentos. Outros milhões estão em situação de rua. Milhares de armas foram distribuídas para os mais perigosos elementos da sociedade.
Como se pode ver, o bolsonarismo mata!
Milton Pereira é jornalista, artista plástico e músico
