Por Simão Zygband
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encabeça uma frente de 9 partidos de oposição ao atual governo (se é que se pode chamar assim) declarou, durante a entrevista realizada na última quinta-feira (25) na TV Globo, que o ocupante da cadeira presidencial, Jair Bolsonaro parece um bobo da corte.
Se referia ao elemento que se diz presidente desta forma, por que ele sequer cuida do orçamento do Brasil. “Quem cuida é o Arthur Lira. Os ministros ligam para o Lira, não pra ele. Temos que acabar com essa história de semipresidencialismo no regime presidencial. O Bolsonaro parece um bobo da corte”, disse textualmente Lula, esnobando o genocida.
Para quem não sabe. nos tempos da Monarquia, o bobo da corte era um funcionário contratado pela corte e sua função era divertir o Rei. Vestia-se como um “palhaço” e, em algumas oportunidades, sentava-se à mesa de banquetes com o Rei e seus convidados, e tinha a liberdade de falar coisas aos monarcas que os demais membros da corte não ousariam. Mas não tinham nenhum poder a não ser fazer rir a nobreza medieval.
Bobo da corte hoje é também utilizado como expressão para se referir à alguém com atitudes bobas, risíveis, que só serve para distrair e divertir, que não leva nada a sério. A ideia do bobo da corte atualmente é vista de forma pejorativa, como alguém sem conteúdo ou sem seriedade. “Fulano era um bobo da corte, estava em todas as festas, fazia todo mundo rir, mas ninguém acreditava nele”.
Como velho jornalista de guerra que sou, me admira que os coleguinhas da imprensa não tenham sequer ligado para Bolsonaro ou para Arthur Lira para confirmar a denúncia. Afinal, é muito grave, na forma de governo presidencialista, que o presidente não tenha poder sobre o orçamento e que ele seja manipulado por um deputado fiel ao governo, eleito pelas bases governistas do Centrão. Não é a toa que se conseguiu construir um “propinoduto” dentro do Congresso através do chamado Orçamento Secreto. Uma bandalheira elaborada debaixo do nariz do bobo da corte (sic) Bolsonaro, que certamente conhece estas mutretas, por ter passado 33 anos dentro do Legislativo, sem ter apresentado e aprovado sequer um único projeto.
O governo (sic) do miliciano genocida, diante de tantos absurdos, bem lembra uma música de Jorge Benjor, Charles, Anjo 45, que conta a história de um bandido das comunidades cariocas que, durante o período que esteve preso, permitiu que malandros otários, “deitassem na sopa” fazendo com que o morro uma tremenda bagunça tenha virado e se transformado em um inferno.
É exatamente este sentimento que o povo tem. Sem o governo do PT no poder, o Brasil se transformou em um inferno. Ficou nas mãos de um miliciano otário. Pois Jair Bolsonaro é exatamente aquele cão que rosna, late, mas não morde. É o bobo da corte. E não manda nada. Só o vinde a mim para ele e seus filhos.
Fora Bolsonaro. Vamos apear o bobo da corte do poder e recolocar quem de verdade sabe governar (cuidar, como diz o próprio Lula).
Se deliciem com a maravilhosa letra da música do genial Benjor
Charles, Anjo 45
Charles, Anjo 45
Protetor dos fracos
E dos oprimidos
Robin Hood dos morros
Rei da malandragem
Um homem de verdade
Com muita coragem
Só porque um dia
Charles marcou bobeira
E foi tirar sem querer
Férias numa colônia penal
Então os malandros otários
Deitaram na sopa
E uma tremenda bagunça
O nosso morro virou
Pois o morro que era o céu
Sem o nosso Charles
Um inferno virou
Mas Deus é justo
E verdadeiro
Pois antes de acabar as férias
Nosso Charles vai voltar
Paz alegria geral
Todo morro vai sambar
Antecipando o carnaval
Vai ter batucada
Uma missa em ação de graças
Vai ter feijoada
Whisky com cerveja
E outras milongas mais
Muita queima de fogos
E saraivada de balas pro ar
Pra quando nosso Charles voltar
E o morro inteiro feliz
Assim vai cantar
Disseram que ele não vinha
Olha ele aí
Ôba, ôba, ôba Charles
Disseram que ele não vinha
Olha ele aí
Ôba, ôba, ôba Charles