Construir Resistência faz um apanhado das postagens do jornalista Breno Altman, publisher do Ópera Mundi
MUITO SIMPLES
A melhor frase para compreendermos o atual cenário internacional vem de um provérbio chinês, ressuscitado por Deng Xiao-ping: não importa a cor dos gatos, desde que cacem ratos.
A PORCA TORCE O RABO
Com a nova ordem bipolar, a questão militar ganha mais relevância. No caso brasileiro, se um governo de esquerda quiser manter política de não-alinhamento, terá que subordinar as forças armadas e dar-lhes condições militares para potencialmente enfrentar o sistema imperialista.
RESUMO DA ÓPERA
Antes de 1945, o imperialismo era um fenômeno compartido por Estados capitalistas que lutavam entre si. Depois, surgiu um sistema imperialista sob total hegemonia dos EUA, na luta contra o campo socialista. E esse sistema é o grande inimigo a ser derrotado, por quaisquer meios.
TURMA DA PESADA
A lista de anti-imperialistas que não eram socialistas ou comunistas é grande: Sun Yat-sen (China), Kemal Atatürk (Turquia), Mohammed Mossadegh (Irã), Gamal Abdel Nasser (Egito), Yasser Arafat (Palestina). Putin pertence a essa extirpe, com papel internacional progressivo.
EXEMPLO CRUCIAL
A República Islâmica do Irã é profundamente conservadora. Trata-se, aliás, de uma teocracia que persegue implacavelmente a esquerda. Mas objetivamente cumpre papel anti-imperialista desde a fundação, em 1979. Embora seja um Estado reacionário, internacionalmente é progressista.
PROTESTO
Inna Afinogenova é uma das mais brilhantes jornalistas do planeta. Cidadã russa, construiu um tremendo canal de notícias, Ahi Les Vá, agora excluído do YouTube e outras redes. Sua censura desmascara a democracia ocidental, o regime dos abutres imperialistas.
ESQUERDA DESDENTADA
O anti-imperialismo, estruturante da esquerda durante longo período, perdeu força com o colapso da URSS. A influência do pensamento liberal, do democratismo burguês e do humanismo sem classe ocuparam espaço. Se isso não muda, continuaremos a ter uma esquerda desdentada.
PÂNTANO
Os problemas ideológicos que enfrentamos no Brasil não são simples. A direita em massa, com exceções muito pontuais, apóia os EUA, a OTAN e o governo da Ucrânia. Uma boa parte da esquerda, também, ao menos em termos objetivos.
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