Por Simão Zygband
Hoje o Construir Resistência completa dois anos. Nasceu propositalmente no Dia Internacional das Mulheres pois o Conselho Editorial da época, composto por mim, Sônia Castro Lopes e Adriana do Amaral, entendia da importância de colocar o site no ar em dia tão significativo. Aliás, além de tudo, duas mulheres eram a maioria na concepção e elaboração do projeto.
Muita coisa mudou de lá para cá. Brigamos, a Adriana deixou o Construir Resistência por divergências comigo e com a Sônia, que decidimos dar continuidade ao projeto. Depois da vitória do Lula e pelo fato dela ter se tornado uma vovó dedicada à lindinha Lívia, ela também achou que era o momento de sair que, confesso, dava muito trabalho para mim e para ela. Era um compromisso militante que nos consumia. Mas entendi o motivo de seu distanciamento.
O Construir Resistência nasceu para realizar o diálogo entre todos aqueles que eram oposição ao governo fascista de Jair Bolsonaro e apoiar a candidatura de Lula para a presidência da República, ou qualquer outro nome que unificasse aqueles que se opunham ao fascismo. Preferencialmente, o nosso candidato era o Lula, mas não nos cabia a decisão política, que só se consolidou pouco tempo depois, quando se tornou novamente elegível, transposta todas as eventuais barreiras jurídicas.
Assim se montou um grupo de whatszapp com perto de 200 nomes, das mais variadas tendências, mas predominantemente petista. Mas haviam (e continuam havendo) psolistas, peesebistas, pcdobistas, pedetistas, comunistas etc. Unificamos o diálogo a muito custo e muitas divergências (e eventuais arranca-rabos).
Apesar das diferenças, houve pouca defecção no grupo. O Construir Resistência teve divergência mais no futebol do que propriamente na política. O projeto conta com uma Rede de Transmissão com perto de 600 nomes e um grupo de facebook com 1.200 pessoas.
Este foi o ingrediente para que no segundo ano de aniversário, o Construir Resistência tenha atingido a significativa marca de 1 milhão, 9 mil e 35 visualizações, uma média de 1.382 por dia. É um número muito significativo de leitores, em um país com muita carência na leitura.
Neste período, o projeto pode contar com um reduzidíssimo grupo de apoiadores financeiros, que uma única vez fizeram algum tipo de doação para amortizar despesas. Apenas dois deles mantém uma certa regularidade de apoio, com quantias que mal pagam custos. Mas eles são fiéis e generosos. Mesmo assim, todos recebem diariamente e gratuitamente informações necessárias para a continuidade da nossa militância, que não se encerrou com a vitória do Lula.
Tenho orgulho de ter no nosso grupos e no nosso mailing de transmissão dirigentes sindicais da CUT, CTB, Força Sindical, três torcidas antifascistas organizadas (Porcomunas, do Palmeiras, Coletivo Democracia Corinthiana (CDC) do Corinthians e Bloco Tricolor Antifascista, do São Paulo), centenas de jornalistas, professores, metroviários, profissionais liberais, parlamentares, metroviários, artistas, escritores etc. Eles deram vida e capilaridade ao projeto.
A verdadeira unidade de centro esquerda se reuniu em torno do Construir Resistência que seguiu a risca as ideias do presidente Lula quando, enfim, ele pode se tornar candidato. Foi música para nossos ouvidos quando ele aceitou ter o ex-governador Geraldo Alckmin como vice (evidente que houve muito oposição à esta costura dentro do nosso grupo, controlada com convencimento com o passar do tempo).
Quando perguntado por que ele havia aceitado Alckmin como vice, um tradicional adversário seu e do PT, Lula respondeu como um pensamento do filósofo e educador Paulo Freire: “É necessário unir os divergentes para derrotar os antagônicos”. Seguimos à risca este ensinamento. Ele foi fundamental para viabilizar a vitória da Frente Ampla e derrotar o genocida Jair Bolsonaro, o agora contrabandista de joias.
As artes desta postagem foram generosamente doadas pelo parceiro Sergio Papi
Obrigado a todxs pelo apoio.