Por Eunicio Precilio Cavalcante, 88 anos, militar da Marinha reformado
Neste momento vive-se uma bruta tensão no mundo político, do Brasil. Uma TPE, tensão pré-eleitoral. A classe dominante busca uma saída para as eleições de 2022. Quer, em desespero, afastar um fantasma chamado povo. Este fantasma, hoje, como em 2018, está expresso na candidatura Lula.
Uma candidatura fortíssima, candidatura popular, em 2018, foi afastada por uma manobra política do “partido fardado” que pressionou o STF, Supremo Tribunal Federal, a manter o Lula preso.
Vamos aos fatos: O caso do general Vilas Boas, ex-comandante do Exército, é sintomático. Ele confessa que reuniu o alto comando do Exército e tiraram uma nota pressionando o STF, Supremo Tribunal Federal a manter o ex-presidente Lula preso.
O ex-presidente Lula, com mais de 70% nas pesquisas, teria de ser afastado de qualquer forma. Submetido a pressões e ameaças, o Tribunal cedeu.
O “partido fardado” é uma instituição super partidária, um super partido que, de armas na mão, dita as normas que devem ser seguidas pelo judiciário e o legislativo.
A manobra político/militar do general Vilas Boas, expoente máximo do “partido fardado”, deu certo. Ele precisava eleger o candidato do seu “partido”. E elegeu!
O “partido” manda e desmanda, cria leis e derruba, quando é do interesse dos generais militantes.
Assim vivemos, os brasileiros, sob o regime de “democracia tutelada ou consentida”. E não faz sentido se falar em estado democrático de direito!
Os generais dirigentes do “partido”, vestidos de farda verde oliva, de dedo em riste, ordenam o que é bom para o povo brasileiro. Tentando transformar o país num grande quartel.
Esquecem, por completo, os deveres militares: disciplina e hierarquia militar não é com eles. Ignoram a Constituição e o Estatuto dos Militares. Não levam em consideração, sequer, o juramento à bandeira que são obrigados a fazer no final dos cursos das academias militares. Jogaram o Exército de Caxias na lata do lixo!
Hoje, de braços com as oligarquias dominantes, buscam uma terceira via para as eleições de 2022. O que será, sem dúvidas, uma via-crúcis para sacrificar o povo mais uma vez.
A terceira via é uma manobra da classe dominante para afastar o povo do processo político. Isto vem de longe. Desde os tempos de D. João VI que já recomendava: façamos a revolução, antes que o povo a faça! Nas palavras de Pedro I: Tudo para o povo, nada porém pelo povo!
E por último, Antônio Carlos de Andrada, candidato a Presidente da República em 1930, repete o mantra: Façamos a revolução antes que o povo a faça!
E tratando-se de via, por que Lula é inviável?!
Em primeiro lugar porque foi o único Presidente da República que trabalhou duro, que assinou ponto em fábrica.
Governou para o povo, para os trabalhadores. E o fez sem qualquer prejuízo para os ricos, os exploradores que o detestam.
A terceira via é uma tentativa de manter o Brasil no “rumo certo”, o que significa mantê-lo como colônia do Império ianque. Brazil, com “Z”.
E como colônia, o Brasil está proibido de crescer e se projetar no cenário mundial. Qualquer transformação ou mudança só pode ser feita com o beneplácito do Tio Sam.
O Brazil com “Z” é o diamante da coroa do Império ianque!
Lula foi o único Presidente da República que enxergou que povo brasileiro passa fome. Que o trabalhador brasileiro dormia sem jantar. E gritou: Vamos acabar com a fome no Brasil! E fez! E fez mais e muito mais!
O “partido fardado” luta com empenho e zelo pelos interesses da metrópole ianque. E por isto condena veementemente o nacionalismo que para ele, “partido”, significa comunismo.
Nação é povo! Ser nacionalista, defender os interesses concretos do Brasil, defender o povo brasileiro, para o “partido fardado” é comunismo.
Isto não é equívoco, é traição!
Não sou do PT, do PSB, PCB, PC do B, PSOL ou de qualquer outro partido de esquerda que merecem o meu voto.
Sou de esquerda e luto pelo Brasil. Luto contra a desigualdade, a miséria e a exploração do Brasil pelo Império ianque.
Tenho 88 anos e mais de 60 de luta política. Luto com muita paixão porque esta é a minha única razão de viver!
E. P. Cavalcante, Ilha de Paquetá, 16 de agosto de 2021
Publicado originalmente no blog Bem Blogado do jornalista Washington Luiz Araújo
