Por Adriana do Amaral
Um local para onde paciente nenhum quer ir, tal a gravidade das doenças tratadas, a maioria infectocontagiosas. Muitas vezes desconhecidas e geralmente com altos índices de letalidade. Quase sempre o melhor lugar para ser tratado, nesse casos. É um centro de pesquisas de referência, integrando uma rede internacional de desenvolvimento científico em várias áreas da saúde e medicina. Este é o #InstitutodeInfectologiaEmílioRibas, IIER, de São Paulo,
Nele, parentes de pacientes costumam sentar para chorar na árvore das lágrimas… Um canto acolhedor onde se respeita o sentimento, a dor e a solidão alheia.
Mas há outras árvores, inclusive frutíferas no lugar… E esperança de cura para velhas e novas doenças.
Um serviço humanizado onde os profissionais e voluntários buscam minimizar as dores físicas e da alma. Inclusive buscando doações de roupas formais para aqueles que morrem, garantindo a dignidade na hora da mortes daqueles que não têm nada de material.
O “Emílio Ribas”, como é chamado, corre risco. Por isso, uma campanha clama urgentemente por contratações de mão de obra. Sem concurso público desde 2015, faltam profissionais. Inclusive, muitos médicos que prestam assistência e desenvolvem pesquisa hoje têm vínculos diversos, advindos de bolsas, parcerias e contratos terceirizados.
Uma obra de restauro e modernização se arrasta há mais de sete anos, o que implicará na ampliação no número de leitos, porém sem a estrutura pessoal necessária para o atendimento. O governador do Estado de São Paulo, João Doria, adepto às parcerias público-privadas e privatizações, sequer responde às reivindicações, que estimam a necessidade de contratação de 258 profissionais, preferencialmente com vínculo.
Os médicos, especialmente, pedem socorro e denunciam o sucateamento do Emílio Ribas. Na sexta-feira (15), eles fizeram uma manifestação na Avenida Doutor Arnaldo, onde está localizado o instituto. Em carta aberta à população eles apoio.
“Nossa luta não é por salário. É pela manutenção dos atendimento do Instituto que, além de prestar atendimento à população, ainda forma profissionais do #SUS – Sistema Único de Saúde para o país todo. Queremos o nosso hospital completo. Queremos mais profissionais. Queremos o nosso Instituto vivo e forte. Queremos concurso público. Emílio Ribas por inteiro.”
Oficialmente, a direção do Instituto nega os problemas e garante que os investimentos estão sendo feitos. Alega que o Emilio Ribas atende normalmente e os investimentos estão sendo feitos, inclusive reforçados em tempos de #pandemia da #Covid.
Recursos que foram usados para incrementar o atendimento emergencial, mas sabemos que não são investimentos duradouros. Afinal, médicos que atendem os pacientes de Covid-19, mesmo especialistas, podem ter os seus contratos interrompidos a qualquer momento.
Foto: Divulgação/Associação dos Médicos do Instituto de Infectologia do Emílio Ribas
Morando na vizinhança do Emílio Ribas, localizado no quadrilátero da Saúde, na capital paulista, acostumei- me a conviver com o complexo do de Institutos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Secretaria da Saúde e na vizinhança um número considerável de cemitérios. Sempre admirei a estrutura do lugar com seus prédios históricos, as áreas verdes e o ir e vir de multidões.
Pude conhecer a maioria deles também por dentro ao trabalhar na editoria de medicina por mais de uma década. Onde a esperança da cura mobiliza quase uma cidade, entre profissionais da saúde, funcionários públicos e terceirizados, pacientes vindos de todo o país e seus acompanhantes. Eu mesma fui paciente ou acompanhante, além de jornalista curiosa.
A beleza arquitetônica do prédio centenário contrasta com o lugar, principalmente pela proximidade com as Avenidas Paulista e Rebouças. No passado, há mais de 130 anos, era conhecido como “Hospital de Isolamento”.
Pelo lugar passaram os pacientes com doenças novas, raras e algumas hoje em dias tratáveis, como a Aids. Também as pandemias do H1N1, Ebola, Gripe Suína, Dengue etc.
A mutação do vírus Influenza é monitorada, garantindo as evidências científicas que garante a eficácia das campanhas de vacinação sazonal frente à mutação viral. Nesse momento o Emílio Ribas ainda mantém leitos para pacientes da #Covid-19.
Até quando? Por isso, a equipe de profissionais do Emílio Ribas clamam:
#EmilioRibasporinteiro
Afinal, um bom serviço de saúde requer estrutura física, equipamentos de ponta, leitos, laboratórios e profissionais que atuam na assistência e no desenvolvimento científico. O Emílio Ribas é muito mais do que um hospital.