Lula mostra muita firmeza na entrevista da CNN

Ex-presidente Lula foi muito seguro e com grande clareza nas respostas aos temas propostos pelo jornalista William Waak, da CNN

 

Da Redação com informações site da campanha do Lula

 

Na noite desta segunda-feira (12), Lula foi entrevistado por William Waack na CNN. O ex-presidente foi o convidado do WW Especial: Presidenciáveis, transmitido pelo canal de TV paga.

Confira a seguir alguns dos melhores momentos da entrevista de Lula na CNN:

Papel do STF

Sobre o papel do STF em um novo governo, Lula diz que o Brasil vive hoje tempos de anormalidade.

O problema é que no Brasil temos uma certa anormalidade hoje, porque tem hora que o Legislativo se mete em ser Judiciário e Executivo, e às vezes o Judiciário faz política como o Executivo afronta os outros. O poder Judiciário deve cumprir o papel de ser garantidor da nossa Constituição para que as coisas voltem à normalidade.

 

Judicialização da política

Ao analisar o que Waack chama de “judicialização da política”, Lula atribui as animosidades às eleições de 2014.

É culpa a classe política judicializar a política. O problema começa com a eleição da Dilma em 2014, quando o candidato derrotado não quis aceitar o resultado das eleições. Aécio é responsável pelo clima de animosidade criada hoje neste País. Temos que voltar à normalidade porque cada um tem que cumprir sua função.

A negação e destruição da política que permitiram que surgisse o Bolsonaro.

Combate à corrupção

Lula lembrou que, no seu governo, foram criados mecanismos importantes de investigação e, se eleito, vai continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito na máquina pública.

Transformamos a CGU em Ministério, dobramos o número de funcionários da PF, investimos na inteligência, o Ministério Público tinha autonomia. Escancaramos o Portal da Transparência, você acompanhava o governo. Hoje, tudo isso acabou. No meu tempo, nada ficava sem investigar. Assim foi e assim será. Se você cometer ilícito, terá o direito da presunção da inocência, mas será investigado.

Segundo levantamento realizado pela Transparência Internacional, o Brasil piorou duas posições no ranking mundial da corrupção em 2022, sob a batuta de Bolsonaro, seus sigilos e seus gastos milionários. Os dados foram divulgados em janeiro deste ano. Dos 180 países analisados, ocupamos a 96ª posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Em 2020, o Brasil ocupava a 94ª posição. Quanto mais pra cima no ranking, menos o país é considerado corrupto. Desde o final do governo Lula, Brasil piorou 27 posições – em 2010, estávamos em 69º lugar.

Durante os governos petistas, o combate à corrupção se tornou uma ação permanente de Estado. Medidas efetivas foram tomadas, como a criação da Controladoria-Geral da União (CGU), a criação do Portal da Transparência, da Lei de Acesso à Informação e a firme atuação do COAF no monitoramento de movimentações bancárias atípicas e muitas coisas.

Se eleito, Lula vai continuar promovendo mecanismos de combate à corrupção, um compromisso que pauta sua vida pessoal e trajetória política.

Lava Jato

Na CNN, Lula lamentou os erros cometidos pela Lava Jato, que colocaram em xeque instituições fundamentais como o Ministério Público e a Polícia Federal. Com o intuito de tirar Lula das eleições de 2018, a operação abusou de seus poderes quando passou a enveredar por caminho político.

O processo de investigação poderia ter sido mais sério se o juiz não tivesse transformado a investigação em uma questão política, declarou Lula em referência ao ex-juiz Sergio Moro.

Indicações políticas

A Waack, Lula diz que a indicação política a cargos estratégicos faz parte das democracias do mundo todo.

Precisamos compor com partidos para ganhar a eleição e, quando ganhamos, esses partidos devem participar do governo. Isso faz parte da democracia. Agora, todos os diretores que eu indiquei para a Petrobras tinham mais de 30 anos de experiência.

Bolsonaro foi comprado pelo Orçamento

Sobre a relação de Bolsonaro com o Congresso e o chamado orçamento secreto, Lula diz que Bolsonaro ficou refém do Congresso.

O governo está tão fraco que o Congresso se apoderou do orçamento. Espero que elejamos uma bancada mais arrumada do que temos hoje e vamos ter que conversar, não pode ter orçamento secreto. Não dá pra permitir que o Congresso seja dono do Orçamento. O Congresso vota, mas quem executa é o Poder Executivo. Não podemos ser reféns como Bolsonaro está sendo.

Como se monta um governo

Caso saia vitorioso dessas eleições, Lula diz acreditar que é possível fazer ainda mais do que ele já fez como presidente.

Primeiro temos que ganhar as eleições, depois precisamos escolher as pessoas competentes e capazes para montar os Ministérios. Quando assumi, em 2003, levei muita gente que eu nem conhecia, nem tinha relação… porque na hora de montar o governo, você tem que levar pessoas capacitadas. Hoje, de diferente, eu tenho muita experiência. Eu consegui fazer coisas por esse País que há muito tempo não aconteciam. Eu estou candidato hoje porque eu acredito que é possível reconstruir o Brasil, é possível garantir que as pessoas tenham o que comer novamente, o salário mínimo vai aumentar, os pobres vão voltar pra universidade.

Economia

Lula lembrou na CNN que, quando tomou posse, a inflação estava em 10%, a taxa de desemprego em 12% e o Brasil devia R$ 30 bi ao FMI. Seu governo reduziu a inflação para a meta, reduziu a dívida pública. O ex-presidente lembrou que, em seu primeiro governo, também herdou um cenário econômico bastante desafiador.

Para a gente consertar o Brasil agora, precisamos de credibilidade. A segunda coisa é estabilidade e garantia jurídica. Não existe mágica na economia, é um processo em construção. Hoje, temos uma crise mundial, a economia está estagnada e o Brasil cresce muito pouco e é esse problema que eu quero resolver. Porque eu quero provar que é possível,

Geração de empregos e garantia de direitos

Mesmo com a economia em crise, Lula acredita ser possível recuperar o País, como foi feito durante seus governos, em 2003 e em 2010: a chave é fazer girar a economia.

As pessoas não querem viver de benefícios do governo, elas têm orgulho de trabalhar e levar comida pra casa. Geramos 20 milhões de empregos com carteira assinada e vamos gerar de novo. Vamos garantir os direitos dos trabalhadores de acordo com a realidade de hoje, não vamos voltar ao passado.

Agronegócio

William Waack também quis saber sobre a relação do petista com o agronegócio. É falso dizer que os governo do PT atuavam contra o agro. Eu seu governo, Lula investia mais no agronegócio do que hoje, reduzia custos e incentivava exportações.

Em valores corrigidos, os investimentos dos governos do PT cresceram 335% entre as safras de 2002/2003 e 2015/2016, atingindo R$ 256,5 bilhões. Hoje, Bolsonaro investe R$ 251,2 bilhões.

Nunca o agronegócio teve tanto financiamento quanto no governo do PT. Nós financiávamos as máquinas que vocês veem na televisão a 2% ao ano, hoje eles batem 18%. O problema deles com o PT são algumas pessoas irresponsáveis do agro. Nós precisamos ter sustentabilidade, porque o mundo cobra do Brasil. Precisamos ser responsáveis com o meio ambiente. Você tem uma parte do agro que não vota no PT como tem uma parte que vota. O agro é importante e não é de hoje.

Marina Silva

O encontro de Lula e da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva marcou um momento de união e fortalecimento da democracia brasileira. Em entrevista coletiva no início do dia, ambos reforçaram o compromisso de que é preciso defender o legado dos governos petistas e que só haverá projeto de desenvolvimento se a questão ambiental for tratada como prioridade.

A questão climática é séria a toda a humanidade. O Brasil não vai abrir mão nunca da soberania do nosso território. Nós assumimos um compromisso inédito contra o desmatamento da COP 15, em Copenhagen. Uma das coisas que pretendo fazer é restabelecer nossa confiança no cenário internacional para que possamos assumir novamente um papel de destaque nas discussões sobre o clima.

Política Internacional

Lula vê com preocupação a inabilidade de Bolsonaro em lidar com os demais líderes mundiais.

O Brasil tem que se fazer respeitar, enquanto país grande, enquanto potência mundial na questão climática. Um chefe de Estado não pode escolher com quem conversar. Eu não quero discutir quem é melhor, China ou Estados Unidos, eu quero discutir o papel do Brasil. Ninguém gosta de lambe-botas. Vamos falar de igual e respeitar todo mundo.

Chega de Violência

Para Lula, é o comportamento de Bolsonaro que dita o clima de violência que se estabeleceu no País. Segundo ele, nunca presenciou tamanha belicosidade em toda a sua vida política, com mortes, humilhação do povo pobre e ataques políticos.

Este País precisa de muita paz para voltar a crescer. Eu não quero governar o Brasil, eu quero cuidar do povo brasileiro, e é isso que vamos fazer a partir de 1º de Janeiro.

Ao final de 50 minutos de entrevista, Lula encerrou deixando uma mensagem de paz e esperança ao povo brasileiro.

O País precisa de paz para melhorar e crescer. Nós vamos ganhar as eleições para reconstruir a paz, para que a família brasileira possa voltar a ter esperança.

 

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